O surto escrito é literalmente o que significa. É todo pensamento que tem de ser abafado por qq razão que seja. Aqui todo "surto escrito" é permitido desde que seja verdadeiro...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Confusões de uma loira e seu celta preto...







Confusão 1:

A loira vai ao mercado. Ao sair percebe que está chovendo aos cântaros. Olha para o seu carro e dá graças a Deus por ter estacionado em uma vaga coberta. Corre até lá e enquanto tenta abrir o carro um cara aparece e diz:
_E aí gata quer uma carona?
Ainda bem que seu olhar não fala, porque ia dizer isso:
_ Vai se f*&¨%$!! Gente metida a besta, acha que pode sair abordando qualquer uma até no mercado?!? Estou cansada, com fome, trabalhei o dia inteiro que nem uma desgraçada, nem no mercado tenho sossego??? Não vou sorrir pra você Sr Dom Juan do Pão de Açúcar! Vai pro inferno!!!
E volta à porta do carro que ela não entende porque mas a chave não está funcionando.
Notando o olhar de desprezo da moça, ele faz a mesma pergunta e emenda:
_ É que você está tentando abrir o meu carro...

Neste instante ela respira fundo e tem vontade de morrer. E se arrepende de não ter nascido com super poderes. Se tornar invisível naquela hora seria uma boa saída depois de ter sido tão arrogante com o rapaz. Ela olha mais a frente e vê seu carro, ao lado do que ela estava tentando arrombar (rsrsrs) debaixo daquela chuva torrencial. Quis morrer de raiva e de vergonha. Pediu desculpas ao rapaz meio que olhando para o infinito e saiu correndo. 

Confusão 2:

A loira estaciona seu carro na porta do trabalho. Mas lá as vagas são poucas então os carros ficam uns atrás dos outros. Ela entra pra reunião. Alguém chama o proprietário do celta preto. Chamaram, gritaram, se esgoelaram e só faltaram chamar a polícia pra achar o dono do veículo. Depois de muito chamar a loira finalmente entendeu que era ela a dona do celta preto que estava sendo chamada desesperadamente...
Novamente lamentou o fato de não ser mutante e vermelha que nem uma cereja foi retirar seu carro e pedir desculpas para o pobre coitado que ficou duas horas esperando. Disse que estava no banheiro passando muito mal. O cara entendeu, ela não teve coragem de dizer que em vez de celta preto a loira estava entendendo: o céu tá preto...

Pode rir à vontade, a autora das duas peripécias acima fui eu mesma!

Ana Claudia

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Nossa história

Eles se conheceram em meados de 98. Em um bar bem podrinho que freqüentava junto com uma amiga de colégio ele também freqüentava com o melhor amigo. No começo ela nem quis ficar com ele mas acabou sendo agarrada depois de a amiga ficar com o amigo. Teve início aí uma história que teria tudo para ser amarga mas foi uma das passagens mais marcantes de sua vida.
Depois de algum tempinho juntos onde ela bem inocente não tinha entendido muito bem certas ausências ele acabou contando que tinha uma namorada. Ela, que já estava bem envolvida passou uns dias chateada, mas depois de entender que estava envolvida e queria viver aquilo topou consigo mesma a aventura, consciente da luta inglória que seria, decidiu não pedir nada, mas viver o momento e que o amanhã se fizesse por si mesmo.
A paixão avassaladora durou dois anos. E terminou da maneira mais inocente e honesta que pode existir. Ele, que estava há um tempinho ausente ligando de novo e chamando pra sair e ela toda felicidade transbordando pelos poros falando que tinha uma novidade: estava apaixonada por um outro alguém. Um cantor de seu meio de trabalho. Ele desejou felicidades, ela agradeceu e desejou a mesma coisa. E era a mais pura verdade. Ela estava tão feliz que não queria que um só ser no mundo estivesse menos feliz que ela, inclusive ele.
Terminava o caso mas não terminava a proximidade entre os dois. Se ligavam de vez em quando, para saber como andava a vida. Ele casou, ela ficou sabendo; ele foi pai, ela ficou sabendo e foi homenageada: a menina recebeu seu nome; ela saiu do país a trabalho, ele foi o primeiro a saber; ela se casou e ele foi visitá-la na casa nova, tomou uma coca e acariciou seu cachorro de estimação enquanto desejava pra ela a maior felicidade do mundo. Ela se separou e ele foi um dos primeiros a saber, e a oferecer seus préstimos como advogado pra processar o filho da puta que a estava destruindo. Saíram uma vez na balada, com os amigos dele, beberam tanto que ela mal dirigia o carro e ele foi corajosamente no banco do passageiro, claro, com uma mão no trinco da porta e a outra no freio de mão com medo de morrer. Ele se filiou a um partido e será candidato a vereador, ela foi a segunda a saber. A uma certa distância um participava da vida do outro.
Enquanto ela esteve sozinha durante todos estes anos ficaram juntos algumas vezes. Ele todo saudoso, ela achava aquilo engraçado. Sabia que os caminhos deles estavam completamente separados mas tinha consciência de que a ligação deles era mais que uma ligação comum. Ela sabia coisas dele que ninguém sabia, e ele não sabia nada, mas se contentava em levar dela a sua melhor parte. Uma mulher dócil, engraçada, e o melhor: sem problemas e sem exigências.
Há mais ou menos um ano não se falavam quando em pleno sábado de tarde ele apareceu em sua casa. Ela achou muito estranho, primeiro pensou que fosse o ex marido dela que volta e meia aparece do nada pra infernizar. Mas era ele mesmo. Conversaram por telefone no mesmo dia e ele por alto mencionou a separação.
Se encontraram no outro dia. E enquanto ela se maquiava na frente do espelho lembrou de tudo que os dois viveram juntos: quando se conheceram, o auge da paixão, e claro, do sofrimento. Ninguém se envolve assim e sai sem nenhum arranhão. Os telefonemas, os encontros de quinta a noite e muitas coisas engraçadas: como uma vez que ela jurou que ia largar dele. Arrumou outro namoradinho e foi num bar. Quando chegou lá deu de cara com ele. Se enfiou no banheiro e saiu fingindo que estava passando mal e pedindo para ir embora. Ria sozinha das peripécias dos dois. Da briga que tiveram quando ele contou que estava noivo. A mania que ela tinha de fazer ele ir atrás dela onde quer que fosse em pleno sábado à noite. Ele ia aos seus shows, (até hj ela não entende como) e ela olhava pra ele na platéia satisfeita, com verdadeiro conhecimento de território. E em muitas dessas vezes ela pensou: esse homem não era dela, mas uma boa parte de boas recordações pertenciam a ela sim. A alma dele tinha sido marcada a ferros, como a dela também. 
Ele chegou como sempre: pontual, sorridente, bem arrumado. Ela também como sempre: arrumada, saltos altíssimos. Sentaram no bar, ela com um copão de whisky e ele com uma garrafa d’água. Começaram a conversar e ela foi direto ao assunto: O que tinha acontecido?!? Ficou sabendo da história meio sem detalhes, ele falou do desgaste de oito anos de casamento. Pediu um tempo e foi para um flat. Falou do quanto se sentia perdido, que parecia que tinham tirado seu chão, seu teto e tudo o mais. Ela o ouviu calmamente e enquanto ele falava ela via algo nele que nunca tinha visto antes. Um olhar com uma sombra triste, ele estava bem abatido apesar de se esforçar para sorrir e estar arrumado ela notou que ele estava bem mais magro.
Não havia nada que ela pudesse fazer. Então o que fez foi ouvi-lo e aconselhá-lo. Ainda deram  umas risadas juntos, lembraram dos velhos tempos. Da briga homérica do noivado, dos porres juntos e chegaram à conclusão de que se conhecem há quase 13 anos!!! Pra quebrar o gelo ela perguntou se ele tingia o cabelo pois nunca havia visto um homem com quase quarenta anos e os cabelos tão perfeitos! Ele negou, ela fingiu que acreditou.
No final, ainda sentados na mesa; ela tomando o último whisky e ele a centésima garrafa d’água. Ela disse rindo: “Caríssimo, tudo na vida é passageiro mas nós dois seremos eternos”. Ele a ouviu e com um sorriso meio triste respondeu que não tinha resposta para aquela relação, que achava que nunca ia conseguir entender.
Ele a deixou na porta de casa. Se abraçaram e ele prometeu mandar notícias. E ela enquanto acompanhava com os olhos o carro dele virando a esquina pensou em como desejava do fundo do coração que ele fosse feliz. Mas não deixou de pensar que mesmo 13 anos depois ele ainda a procurava para conversar. Se sentiu envaidecida. No fundo era tudo verdade: tudo nesta vida poderia mudar, mas eles dois seriam eternos.

E enquanto ela escreve este texto ouve seu vizinho de porta abrir uma cerveja. Dá um sorriso e brinda baixinho. Um brinde ao passado e a quem esteve nele, e ajudou a construir seu presente.

Ana Claudia

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Viver despenteia!

 Recebi este texto e adorei!



              Quero viver despenteada!


Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie, por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade... O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é gostoso, engorda.  O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia...
- Fazer  amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar,  voar, correr,  entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível...

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado...
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir


Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora .  

O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença: Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria...  e talvez deveria seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita...
A pessoa mais bonita que posso ser!



O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:
Entregue-se, Coma coisas gostosas, Beije, Abrace, dance, apaixone-se, relaxe, Viaje, pule,
durma tarde, acorde cedo, Corra, Voe, Cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável,
Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!



O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...

Autor desconhecido
 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Minha irmã está chegando!!!!






Minha irmã está chegando!!!
Primeiro vamos por partes:
Minha irmã mora nos USA há muitos anos. Foi para estudar, acabou gostando, voltou para o Brasil uma vez e não conseguiu se adaptar. Foi embora de vez e não voltou mais. Embora a distância entre nós tenha aumentado muito as saudades, também fez com que cada uma de nós tocasse sua vida. Ela vive lá, conheceu várias pessoas, fez muitas amizades e acabou se casando. Nós aqui no Brasil, mudamos de casa, eu me casei e separei, montei o atelier, a Silvinha terminou a faculdade, mudamos de casa novamente, enfim... Fora o que aconteceu no mundo: o Brasil foi penta, teve a guerra do Iraque, o 11 de setembro, o Presidente se reelegeu, a Dilma ganhou a eleição e é a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente, o Corinthians foi campeão (não lembro do que mas foi), a Sheila casou, separou e casou de novo, a Cris veio morar com a gente, nossa!! Quanta coisa...

Confesso que além de estar contando os dias para encontrar a minha irmã e conhecer meu cunhado também fico apreensiva. Ficamos por anos separadas, temos pouca diferença de idade, (quase dois anos), será que ainda temos tanta afinidade o quanto tínhamos antes? Será que ela ainda come Sucrilhos de manhã? Tá malhando? É bagunceira tanto quanto antes? Ainda rói as unhas? Dorme tarde da noite e tem mania de inverter o dia pela noite? São tantas perguntas que só serão respondidas quando ela estiver conosco que chego à conclusão de que será impossível não haver um choque cultural de ambas as partes. Nos separamos jovens e nos encontramos agora dez anos depois já mulheres feitas e com vidas totalmente apartadas.

Minha querida irmã, tenho muito para dividir e contar pra você. Fatos alegres e tristes, muitos engraçados também. Queria muito te dizer a falta que você fez durante todos estes anos e o quanto eu senti saudade mas acho que não vou conseguir mensurar. O que eu posso dizer é que estou te esperando ansiosamente, que aqui em casa estamos arrumando várias coisas para fazermos enquanto você estiver aqui. Comprei uma feijoada pra te levar que seu marido nunca mais vai querer outra coisa! E quero muito que o tempo que vamos passar juntas seja inesquecível!

Nós te esperamos, com muitas saudades e muita coisa pra contar! E pra viver também!  Serão os trinta dias mais legais dos últimos dez anos!

Ana Claudia

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mudanças

Olhando o blog da Letícia me senti inspirada para falar de mudanças de novo...

Só para ironizar minha aversão por mudanças dentro de casa o destino pra gargalhar da minha cara resolveu que minha vida seria extremamente...digamos, movimentada! 
Passei por mudanças das boas e daquelas bem péssimas. Daquelas que passam como uma brisa, você nem sente que está trilhando um caminho diferente e quando percebe já está nele. E por outras em que eu me sentia arrastada por um furacão. As minhas reações a cada uma destas mudanças também foram bem variadas: algumas eu aceitei, em outras eu chorei, não aceitei simplesmente como uma criança birrenta, me enterrei em trabalho para esquecer ou não me dar conta do que estava acontecendo enfim... Sei que quando eu atingia uma zona de conforto (se é que eu posso classificar assim) chegava um furacão e me arrastava.

A grande verdade é que a vida muda a todo momento independente da nossa vontade. Se isso é destino eu não sei, sei que muitas vezes estava em um caminho que tinha certeza de que era o definitivo e fui surpreendida por uma mudança. Começamos a mudar no dia em que nascemos, sou uma ao escrever este texto e você será outro depois de ler. Em certa época estava tão desesperada com tudo que estava mudando de uma maneira tão triste e dolorosa que fui conversar com Deus. Ajoelhei no chão e comecei a me lamuriar, e a chorar e depois aquilo foi virando uma raiva tão grande que no final da oração já estava ameaçando o Céu e todos os anjos com um ataque terrorista dos bons, e que eles iam me pagar tudo aquilo que estava acontecendo (surtada coitada!)! Acho que Ele deve ter me ouvido e tido compaixão do pobre coitado do médico que ia ter que cuidar de mim no hospício porque depois deste surto de loucura acabei tendo outro mas de lucidez. Acabei por entender que eu (claro que não poderia ter sido outra pessoa) tinha feito uma escolha,  e estava colhendo os frutos daquilo. Rola um confesso? Não tem coisa pior do que olhar no espelho e ter que dizer: Você é responsável por isso, não culpe Deus, o diabo ou o destino, você é vítima de você mesma e de mais ninguém. Acho que foi uma das piores mudanças da minha vida, foi a que quase me matou mas foi a que mais me ensinou, foi onde eu amadureci como ser humano.

Hoje acho que estou em outro processo de mudança, mas está sendo uma mudança mais lenta e um tanto mais conformada (e madura)de minha parte. Estou abrindo mão de algo em que acreditei que funcionaria durante muito tempo (não é um namoro! rsrsrsrs) e que agora não acredito mais. E estou trilhando outro caminho, quanto tempo durará? Não sei, sei apenas que nada nesta vida é eterno, tudo tem um começo, um meio e um fim. Mas pra mim este fim não está sendo triste ou doloroso, está acontecendo, e pronto. De tudo que foi um dia tão importante ficará na memória somente as boas recordações de algo que por um tempo preencheu minha alma e me fez feliz.

Bom, se a Terra muda as estações, muda em movimentos de rotação e translação, quem sou eu rélis e pobre mortal pra achar que ficaria protegida de toda e qualquer mudança?  Pela primeira vez na vida vejo uma placa de mudança na estrada, olho pra ela, dou um sorriso, me sinto feliz.

Ana Claudia


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Estou com você

Esse foi o primeiro que ressurgiu do caderno... Honestamente nem sei se fui eu que escrevi de tão antigo que é. Mas achei super bonito. Alguém aí conhece uma pessoa há um milhão de anos e acha que se ficasse com ela seria super legal? E por mais que você se envolva com outras pessoas você olha aquela e pensa: "Putz, se ele(a) olhasse pra mim..." Rola um confesso? Eu conheço! Há muito tempo! As duas últimas frases do poema são para você, e a flor no fundo da tela também... 
Espero que goste.


Estou com você
Quando o vento sopra em ti.
naquilo que você vê
em tudo que toca.
Estou com você aí, tão perto que dá pra sentir.
Como posso dizer?
palavras não podem descrever
Estou com você
no começo e no fim.
Naquilo que você vê e não nota
Estou com você,
mesmo estando só.
Como posso dizer?
Palavras não são o bastante para entender.
Você é para mim,
O que quem sabe um dia eu serei para você.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Melancolia

Hoje quero desaparecer.
Quero deitar na minha cama e ficar encolhida um tempão, até esse calor horrendo passar, o trânsito fluir, o Big Brother acabar, o dia amanhecer, quero acordar e ver minhas coisas arrumadas, não quero conversar com ninguém, nem tentar entender porque as coisas acontecem, quero simplesmente aceitar que tudo tem uma razão e ser feliz numa ingênua ignorância. Quero que as coisas sejam um pouco mais fáceis pra mim. Quero ficar em silêncio até que o mundo pare,  não quero que ninguém venha conversar comigo, não queiram saber o que eu tenho porque nem eu mesma sei. Quero ficar quieta, sentir a brisa da noite e não ter que dar conta de nada pra fazer em hora nenhuma. Hoje não me sinto alegre e contente, não estou disposta a conversar nem a tentar entender. Estou assim e pronto. Não quero hoje companhia nem conselhos. Hoje preciso ficar sozinha, hoje quero estar comigo mesma. Estou precisando de um pouco de solidão.

Ana Claudia

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Meu mundo caiu!!

Quem me conhece pessoalmente sabe que eu detesto mudanças. Detesto mudar de casa, ficar arrastando os móveis de lugar. Pode me chamar de idiota neste ponto, eu sei que eu sou. Já não gostava muito disso e depois de ter casado e num prazo de dois anos ter separado e voltado duas vezes, nas quais me mudei de casa confesso: desisti de um dia apreciar uma mudança. Acho um saco aquela coisa de encaixotar tudo, carregar, arrumar tudo de novo... argh!!

Pra completar o meu calvário minha irmã simplesmente ADORA mudanças. Adora arrastar um sofá, mudar a estante de lugar, trocar os móveis, ai que saco, quando ela chega com o jornalzinho de Leroy Merlin eu já penso com meus botões: AÍ VEM MERDA!!  Tenho vontade de passar cola nos móveis pra grudar tudo no chão e ela desistir dessas idéias malucas.

Eis que ontem estou trabalhando placidamente na mesa quando ela chega, bolsa do notebook pra um lado, a outra bolsa pra outro e o que na mão? A porra do jornalzinho da Leroy. Aí eu pensei: Puta que pariu lá vem ela mudar tudo de novo. mas essas mudanças que ela propôs me deixaram de cabelo em pé. 

Minha estante com meus cadernos de poesia vão ter que sumir daqui! Em resumo, vou ter que dar um jeito de digitar tudo porque não tenho onde guardar. Quem mora em apartamento sabe o quanto cada centímetro quadrado pode ser disputado a tapas pelos membros da família. Enfim... Para a alegria de vocês ou não, ainda não sei, cheguei a conclusão de que todos os meus anos de escrita vão para este blog. Muitas coisas foram escritas por mim e outras não, mas vou colocar tudo aqui a partir de hoje.

Espero que gostem, confesso que não será muito fácil me expor desta maneira mas os comentários são bem vindos! Agradeço aos meus 21 seguidores que lêem o blog com frequência e deixam comentários! Como diz a Letícia que também escreve "sigam-me os bons". Rsrsrsrsrs...

Ai... depois desta notícia preciso de um lugar pra fugir daqui enquanto o caos se instala, um copão de whisky e um abraço...

Ana Claudia  

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Viver ou existir?

Eu preciso viver com paixão como preciso de oxigênio. Mais ainda no meu trabalho, se eu não sentir que meu coração está em cada peça criada ou cada aula e coreografia montada, até nas coisas mínimas fico meio broxada e encanada. Já começo a achar que não tem nada bem feito, que estou usurpando de alguém o direito de estar ali, enfim... Neuroses de uma mulher maluca mas totalmente realizada com a profissão. Muitas vezes acho que sou a única porque conheço tanta gente que detesta o que faz que me dá até depressão. Veja bem, não é detestar o chefe, é não gostar da rotina, não gostar da profissão porque escolheu sem pensar direito, porque escolheu pela grana, enfim... cada um que conversa comigo me dá um motivo pra querer que um terremoto aconteça no prédio da sua empresa.

Mas tem duas histórias diferentes que me senti obrigada a postar aqui no blog. A primeira aconteceu no fim do ano. Uma aluna super querida, bancária há mil anos luz e completamente decepcionada com o trabalho. A coisa chegou num ponto tão crítico que ela  desenvolveu uma alergia. Umas irritações na pele horrorosas e depois de ir ao médico, fazer mil exames ele descobriu (pasmem) que a bendita alergia era por conta do trabalho. O comichão começava na hora que ela acordava e quando chegava ao trabalho ia aos poucos passando. Isso fora a angústia e desespero (palavras dela própria) que sentia ao chegar na empresa. Como ela sempre foi apaixonada por estética vivia fazendo cursos, no fim o banco fez a caridade de mandá-la embora e agora minha aluna e amiga é uma esteticista e tá feliz da vida trabalhando. Enchi o saco para ela ter um blog. Em breve serei seguidora de mais um! Sucesso pra ela!

A segunda história é de uma amiga muito antiga. Trabalhamos juntas em uma multinacional há muito tempo, no departamento de RH. Além de ser uma pessoa super gente fina e batalhadora, ela era simplesmente apaixonada por chocolates! Eu ficava passada de ver como a fisionomia dela mudava cada vez que comia um. Perdemos o contato por um tempão e com o advento do facebook acabamos nos encontrando de novo. E tive uma grata surpresa ao ver um blog em seu perfil chamado Chucolateria. Ela hoje faz chocolates por encomenda. Sua paixão virou seu trabalho. Fiquei super feliz de constatar em primeiro lugar que não sou maluca, (e se for, não sou a única!). E mais ainda em perceber outras pessoas que realmente amam o que fazem.

Não estou aqui para levantar a bandeira do "faça o que ama e morra de fome", e também não vou dizer que o caminho é de flores porque não é. Quem lê o blog com frequência acompanhou uma crise que tive no trabalho com um gerente que simplesmente resolveu que ia me demitir. E por pura incompetência quem saiu foi ele. Já tive dias que quis matar uma aluna, em outros quis mudar de profissão. Mas trabalhar com paixão faz com que os problemas sejam um pouco menores e se não forem, faz com que a esperança seja uma estrela nos olhos que nunca se apaga. Fiquei muito feliz pela Nádia (chocolateira, acho que é este o termo) e muito também pela Nilzete (ex bancária frustrada e surtada agora esteticista). Para as duas os meus melhores desejos de prosperidade, e muito, mas muito trabalho!

Faça o que você ama. É com seu trabalho que você vai passar a maior parte da vida, então sugiro que você passe a maior parte dela sorrindo. Trabalhe com paixão, faça bem feito, seja competente, corajoso para enfrentar as adversidades e ganhe por isso. Se isso for feito o sucesso é uma consequência certa. Se você é preguiçoso e quer somente os louros da glória então se mate. Pois o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. E já sabe né, se quiser comprar uma bolsa exclusiva, fazer um tratamento estético, dar uma puta festa cheia de doces maravilhosos com show de dança do ventre já sabe onde procurar! rsrsrsrs...

Engraçado... Hoje pensei numa frase do Oscar Wilde que adoro e queria colocar aqui mas não tinha um contexto, acho que agora ela se encaixa perfeitamente:
"Viver é a coisa mais rara do mundo, a maioria da pessoas apenas existe". 

Ana Claudia

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Gordinha não!! Parte II- A missão.

Eis que depois de ouvir duas vezes a mesma frase acabei entrando de vez nesse negócio de malhação.
Tenho uma lesão no quadril que até então estava me proporcionando um treino praticamente fisioterapêutico, sem muita manutenção, aquela coisinha bem ridícula do ratinho correndo na roda dentro da gaiola. Tranquilo, sem maiores problemas. Claro, com o aval do professor, que alegou que sem um melhor diagnóstico médico não queria que o treino fosse forçado. De cara gostei do professor,  consciente, criterioso ao dar os exercícios e sequências. Ótimo profissional, coisa rara hoje em dia!

Ontem fui ao fisiatra e ouvi a frase: Você pode fazer de tudo, vida normal. Claro que saí do médico super feliz e fui linda e loira hoje na academia com o resultado do exame nas mãos pra mostrar para o professor.

Qual não foi a minha surpresa ao chegar no recinto, observar meu professor ler o exame e descobrir que na verdade a alcunha dele é torturador. Depois de um sorrisinho muito do sinistro observei o local se transformar em uma masmorra e cada aparelho em um instrumento de tortura. E eu que antes me sentia um râmster feliz e contente a passear na sua rodinha dentro da gaiola passei a me sentir uma bruxa na época da Inquisição. Fui torturada durante duas horas em cada um daqueles infames aparelhos que sob o pretexto de deixar o corpo bonito proporcionam as maiores dores ao ser humano.

 Enquanto era torturada observava com meus botões: Tem gente bonita aqui que gosta de ser torturada. Aquele ali, hummm... alto, forte... Humm... Será que é tão inteligente quanto bonito? (olha eu estigmatizando pessoas bonitas, coisa feia..) Se for, eu perderia duas horas ali fácil! Opa! Pausa para respirar, tortura no outro aparelho, olha o moço bonito, troca de aparelho, nossa que bíceps e tríceps, ele sorriu pra mim, como alguém consegue treinar endemoniadamente desta maneira e sorrir?! Vamos lá Ana Claudia, tudo em nome da boa forma, tudo para perder o "pânceps" (termo criado por uma amiga infame...rs) meu dia acabou depois de tanta tortura. Mas ainda tenho que dar aula, redesenhar a coreografia que vai pra competição mês que vem,  a costureira tem que ser atendida, ir ao banco, calcular o preço das bolsas no atacado, passar o serviço das bordadeiras e ainda são 9:30 da manhã!! E um detalhe: acordei às seis, fui para o mercado e caminhei durante uma hora. Meu Deus, como um ser humano consegue passar por uma tortura dessas e ainda dar conta do restante do dia?!?! Vida social hoje dei por esquecida, tinha um happy hour com as amigas e depois ver o jogo do Corinthians. Esquece!!! Tudo que eu quero agora é ir pra minha cama... 

Enfim, depois de duas horas de suplício fui até a lanchonete beber uma água, saí me arrastando até o carro, onde o mesmo me levou até o meu domicílio, praticamente sem forças e com cada pedaço de pele, músculo, (se é que eu possuo algum), e ossos doendo numa proporção estratosférica. 

Juntei o restante das minhas forças para escrever este texto e protestar contra a ditadura da magreza, protestar contra essa história ridícula de ficar em forma e saudável. Agora chega! Vou beber, encher a cara mesmo e fumar muitos cigarros porque pode até ser uma tortura, mas pelo menos é uma tortura prazerosa. Vou para o bar, ferro com o fígado e pulmão de uma maneira alegre e sem maiores esforços! Viva o pânceps! Vamos colocar como novo esporte olímpico o halterocopismo e o arremesso de bituca!!

E para o próximo que tiver a indecência de olhar na minha cara com um sorrisinho irônico e repetir a frase infame "Tá gordinha hein Ana Claudia", vou mandar um presente muito legal. Aprendi a fazer em casa, comprei uma destas apostilas super educativas do Osama Bin Laden... rsrsrsrsrs...  Vai tudo voar pelos ares!! Mesmo que seja meu pai!

Ana Claudia

Pânceps: Músculo abdominal  pouco ou muito protuberante, resultado de cachaça e má alimentação.

Confissão

Eu queria,
num gesto inútil de arrependimento
me ajoelhar a teus pés
e te adorar.
E a minha adoração seria a eterna prece dos meus lábios em penitência.
A beleza da tua imagem de inocência e perfeição...
Quantas coisas me deste
E eu nada te pedi...
Poderias levar tudo como trouxeste
que direito teria eu, 
de achar que me deixaria alguma coisa,
além da lembrança?