O surto escrito é literalmente o que significa. É todo pensamento que tem de ser abafado por qq razão que seja. Aqui todo "surto escrito" é permitido desde que seja verdadeiro...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Em férias

Em férias enfim!!
Pra descansar, recarregar as baterias, dormir muito e aplacar um pouco a saudade que tem me consumido...
Em recesso até dia 10 de janeiro de 2011.
Ana Claudia

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um pouco de futilidades... o retorno

Algum médico, cientista por favor atenda ao meu apelo...
Inventem um corticóide que não deixem as pessoas inchadas parecendo uma bola!
Vi as fotos do espetáculo hoje e me senti derrotada. Estou inchada que dá até medo, fazia menos de trinta dias que tinha saído do hospital.
Que coisa horrenda, tô parecendo uma bola de pilates!
Minha mãe me disse: "_Pelo menos você conseguiu dançar..."
Momento fútil: Eu queria estar dançando bem, magérrima, sem nenhum inchaço nem nada que denunciasse os 11 dias de internação.
Conteúdo é bom, dançar bem é maravilhoso, mas dançar e estar com tudo em cima é impagável!

Ana Claudia

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eu triste sou calada

Li e adorei!!!


"Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas...
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua."


Martha Medeiros

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Solidão contente

Dei uma lida neste texto e adorei!. Ele é dedicado a quem acha que toda mulher sozinha é desesperada. E para as mulheres que não tem tipo e sim pressa (elas tb existem!).
Ana Claudia


O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas
                         Ivan Martins, editor-executivo de ÉPOCA
 
Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.

“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.
 
Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.

A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.

Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.

Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.
 

Vai um livrinho de auto ajuda aí?

"SEJA VOCÊ TAMBÉM A HEROÍNA DE SUA PRÓPRIA JORNADA."

Depois de tentar ler o livro e constatar que realmente ele é um lixo voltei para a capa e dei de cara com essa frase. Fiquei emputecida comigo mesma de não ter visto antes. E volto pra aquele ponto onde muitas amigas minhas torcem o nariz:

DETESTO LIVROS DE AUTO AJUDA!!

Lendo a primeira frase de novo paro e penso: Deve ser fácil ser heroína da sua própria jornada, claro, é só juntar uma xícara disso, um pouco daquilo, adicionar um pouco mais daquilo outro, assar no forno e pronto! A pobre coitada da heroína está pronta para ser servida.

Heroína é aquela mulher que batalha todos os dias pra pagar as contas. Heroína sou eu, que vim de uma família totalmente desestruturada e consegui junto com minhas irmãs ter uma vida decente. Não sou nenhuma louca, nunca matei ou roubei e nem me tornei aqueles adultos fracassados drogados que só sabem colocar a culpa nos pais. Conheço vários assim, inclusive cresceram e estudaram comigo.

Desculpe o desabafo mas é muito fácil resolver uma crise passando um ano fora, do qual três meses foram na Itália, se refestelando com comidas maravilhosas e conhecendo pessoas diferentes. Quero ver ser uma heroína perdendo dois filhos num córrego como aconteceu neste mês e os corpos foram achados aqui perto de casa, no Rio Pinheiros. Essa mãe não vai passar um ano fora do país nem vai lançar um livro que pra minha indignação li na capa que é um beste seller (!!!).

Enfim, me desculpe quem tem opinião contrária mas o livro é uma merda mesmo. Tão péssimo que nem cheguei a terminar a viagem da autora, parei na Índia pq já não aguentava mais. E a propósito: a única pessoa que consegue engordar um monte na Itália e vestir a calça jeans é a Julia Roberts. Nós mulheres meramente mortais temos que passar muita fome pra conseguir fazer algo parecido com isso. Meu amigo acabou de me contar que vão fazer a versão masculina desse livro e o nome será: Comer, trepar, beber. Não me agradou muito o título mas com certeza será uma narrativa muito engraçada.

Quer saber como eu vejo uma heroína? Como uma mulher possível. Mas isso é um outro post que vai ser muito longo... Rola um confesso? Esse vai ser de matar...

Ana Claudia

sábado, 11 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo

Talvez seja um pouco cedo pra isso, mas li o texto e adorei e espero que gostem. Não tem autor, se alguém souber please me passe pra eu colocar nos créditos...
Ana Claudia


O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.
É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.
Claro que a vida prega peças. O bolo não cresce, o pneu fura, chove
demais (Perdemos pessoas que amamos)...

Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro
trabalho?
Eu quero viver bem... e você?
2010 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas, mas também de
problemas e desilusões, tristezas, perdas, reencontros.

Normal..
Às vezes, se espera demais. A grana que não veio, o amigo que
decepcionou, o amor que acabou.
Normal ...
2011 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o
homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí? Fazer o quê?
Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que eu desejo para todos nós é sabedoria. E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência..
O nosso desejo não se realizou? Beleza... Não estava na hora,
não deveria ser a melhor coisa para esse momento (me lembro sempre de uma frase que ouvi e adoro: "cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade").
Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano...
Mas, se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com
generosidade, as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial!
2011 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente.
Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.

2011 pode ser o bicho, o máximo,
maravilhoso, lindo, especial!
Depende de mim... de você.
Pode ser... e que seja!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Por acidente

Por acidente hoje dei de cara com sua foto, tinha escondido para não sentir saudades mas não sei como ela parou na minha frente na tela do computador.
O tempo parou enquanto eu fiquei olhando você sorrir pra mim ironicamente e comecei a revirar nosso tempo juntos: o primeiro beijo, o primeiro porre que tomamos juntos... Fui num bar encontrar com uns amigos e claro, como tinha que acontecer eles perguntaram de você. E eu não soube muito bem o que responder.
Vim pra casa correndo, abri o computador e procurei a sua foto. Para minha desgraça encontrei e as saudades vieram com uma força que parecia que meu peito ia rachar no meio. Chorei de saudades, chorei pelo nosso afastamento, chorei por tudo que pode dar errado e acabou dando mesmo. Fazia muito tempo que eu não chorava, nem sabia mais como era isso.
Acho que agora, depois de toda a correria do espetáculo que eu estou sentindo sua falta, que estou processando tudo que aconteceu. Agora que estou sentindo com tanta força sua ausência, e muitas saudades.
Estou sentindo sua falta, mais do que eu pensei que pudesse sentir e muito mais do que eu acho que aguento.

Ana Claudia

A arte da mulher




Ao soar dos batuques já me sinto leve
Que droga mais benévola que é esta
Não tenho o que reclamar
Admito que passei a ser mais feliz depois que comecei a me movimentar


Nas batidas laterais solto meu ventre
Com as mãos ao ar, desejo voar
Um momento em silêncio e sozinha
Dançar para mim é uma alegria

Aonde não encontrei amor ou mesmo valor
Passei eu mesma a me dar
Bastão ao meu poder, como o véu a flutuar

Com tantos ritmos diferentes, não consigo lembrar
Apenas seguindo meu coração é que eu consigo dançar
Consigo ser eu mesma e acreditar, a mulher ainda pode dominar

Depois que aprendi essa arte, minha vida mudou
É difícil se encontrar e se expressar
Mas nessa dança da mulher
Eu consegui me libertar

EsFoto de Mitsuo koi
http://www.mitsuokoi.com.br/
crito por Samantha Bader

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Beside you

Beside You - Iggy Pop


I've been hungry way down in my heart
Waiting for a reason
I've been hungry like a lot of guys
I want to be beside you


Beside you
Grey is turnin' to blue
You wake up love in me
Beside you
Everything is new
You wake up love in me


I've been hungry way down where it hurts
Waiting for a reason
I've been hungry like a lot of guys
I wanna be beside you


Beside you
Grey is turnin' to blue
You wake up love in me
Beside you
Everything is new
You wake up love in me


What a world
I really need you girl
You wake up love in me


Beside you
Grey is turning to blue
You wake up love in me
Beside you beside you
I want to be beside you




Beside you
Beside you beside you
I want to be beside you
I want to be beside you
I want to be beside you

O que é o sucesso?

O que é o sucesso?

Em vários momentos da minha vida me peguei fazendo esta pergunta e me questionando: eu sou uma pessoa de sucesso? Meu trabalho tem sucesso? Sucesso é ganhar bem pelo trabalho ou ser reconhecido? Sempre foram tantas perguntas e tão poucas respostas que durante um bom tempo deixei de me questionar essas coisas. E depois de um tempo com os questionamentos no limbo acabei chegando à algumas conclusões.
Sucesso para cada pessoa é uma coisa, para alguns é dinheiro, para outros ser reconhecido, para outros simplesmente fazer seu trabalho sem ter que se preocupar muito e para tantos outros ter um pouco de estabilidade. Para mim o sucesso se tornou simplesmente ser reconhecido, deitar a cabeça no travesseiro e ter a certeza de que consegui dar uma boa aula. Ter a consciência tranquila de que fiz um bom trabalho e que naquele dia dei o meu melhor.
E enquanto o espetáculo acontecia e eu conseguia ver um pouquinho dele na escuridão das coxias e ouvia o aplauso do público tive outra definição de sucesso: o meu sucesso é o sucesso das minhas alunas, que acreditam no meu trabalho, que se dedicam, que dão o sangue junto comigo para que o espetáculo aconteça. O sucesso é isso, saber que meu trabalho tocou o coração das pessoas e as fizeram entender e amar a dança da mesma maneira que eu.
Imprevistos sempre acontecem. Não é todo dia que tudo dá certo. Mas quem ama o que faz passa por cima dos percalços e continua sua jornada frente a todos os obstáculos que surjam, e este ano houveram muitos!
E fazendo meu trabalho de uma forma limpa e digna, se eu sempre conseguir tocar o coração e a alma de alguém e conseguir passar para essa pessoa o amor que eu tenho pela minha dança sempre serei uma pessoa de sucesso.
E como ninguém faz nada sozinho neste mundo tenho que aproveitar para agradecer aos profissionais de primeira linha que me ajudam e muito no espetáculo: Luiz Martins (maquiagem), Marquinhos e Bruna (filmagem), Jorge iluminador (que entrou para a quadrilha este ano), Mitsuo Koi e João (fotógrafos), Camila Garcia (fez os convites) e Geórgia (fez tudo para me ajudar, desde colar o programa na parede até ficar na porta do teatro). Profissionais extremamente competentes, amigos que estão comigo sempre, que como eu amam o que fazem e por isso nossa parceria tem durado todo este tempo e tem tido muito sucesso!  
Obrigada à minha família por me apoiar, obrigada Cris por organizar minha vida enquanto eu fico fora do planeta produzindo o show, obrigada Keller por me substituir, ensaiar as meninas e terminar algumas coreografias enquanto estive internada. Obrigada aos meus amigos, que entendem minha ausência nesta época do ano. Minhas queridas alunas, obrigada por acreditarem no meu trabalho e em mim.
Obrigada Deus por meu ganha pão ser aquilo que amo mais do que qualquer coisa.

Ana Claudia