O surto escrito é literalmente o que significa. É todo pensamento que tem de ser abafado por qq razão que seja. Aqui todo "surto escrito" é permitido desde que seja verdadeiro...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Em férias

Em férias enfim!!
Pra descansar, recarregar as baterias, dormir muito e aplacar um pouco a saudade que tem me consumido...
Em recesso até dia 10 de janeiro de 2011.
Ana Claudia

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um pouco de futilidades... o retorno

Algum médico, cientista por favor atenda ao meu apelo...
Inventem um corticóide que não deixem as pessoas inchadas parecendo uma bola!
Vi as fotos do espetáculo hoje e me senti derrotada. Estou inchada que dá até medo, fazia menos de trinta dias que tinha saído do hospital.
Que coisa horrenda, tô parecendo uma bola de pilates!
Minha mãe me disse: "_Pelo menos você conseguiu dançar..."
Momento fútil: Eu queria estar dançando bem, magérrima, sem nenhum inchaço nem nada que denunciasse os 11 dias de internação.
Conteúdo é bom, dançar bem é maravilhoso, mas dançar e estar com tudo em cima é impagável!

Ana Claudia

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eu triste sou calada

Li e adorei!!!


"Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas...
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua."


Martha Medeiros

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Solidão contente

Dei uma lida neste texto e adorei!. Ele é dedicado a quem acha que toda mulher sozinha é desesperada. E para as mulheres que não tem tipo e sim pressa (elas tb existem!).
Ana Claudia


O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas
                         Ivan Martins, editor-executivo de ÉPOCA
 
Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.

“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.
 
Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.

A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.

Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.

Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.
 

Vai um livrinho de auto ajuda aí?

"SEJA VOCÊ TAMBÉM A HEROÍNA DE SUA PRÓPRIA JORNADA."

Depois de tentar ler o livro e constatar que realmente ele é um lixo voltei para a capa e dei de cara com essa frase. Fiquei emputecida comigo mesma de não ter visto antes. E volto pra aquele ponto onde muitas amigas minhas torcem o nariz:

DETESTO LIVROS DE AUTO AJUDA!!

Lendo a primeira frase de novo paro e penso: Deve ser fácil ser heroína da sua própria jornada, claro, é só juntar uma xícara disso, um pouco daquilo, adicionar um pouco mais daquilo outro, assar no forno e pronto! A pobre coitada da heroína está pronta para ser servida.

Heroína é aquela mulher que batalha todos os dias pra pagar as contas. Heroína sou eu, que vim de uma família totalmente desestruturada e consegui junto com minhas irmãs ter uma vida decente. Não sou nenhuma louca, nunca matei ou roubei e nem me tornei aqueles adultos fracassados drogados que só sabem colocar a culpa nos pais. Conheço vários assim, inclusive cresceram e estudaram comigo.

Desculpe o desabafo mas é muito fácil resolver uma crise passando um ano fora, do qual três meses foram na Itália, se refestelando com comidas maravilhosas e conhecendo pessoas diferentes. Quero ver ser uma heroína perdendo dois filhos num córrego como aconteceu neste mês e os corpos foram achados aqui perto de casa, no Rio Pinheiros. Essa mãe não vai passar um ano fora do país nem vai lançar um livro que pra minha indignação li na capa que é um beste seller (!!!).

Enfim, me desculpe quem tem opinião contrária mas o livro é uma merda mesmo. Tão péssimo que nem cheguei a terminar a viagem da autora, parei na Índia pq já não aguentava mais. E a propósito: a única pessoa que consegue engordar um monte na Itália e vestir a calça jeans é a Julia Roberts. Nós mulheres meramente mortais temos que passar muita fome pra conseguir fazer algo parecido com isso. Meu amigo acabou de me contar que vão fazer a versão masculina desse livro e o nome será: Comer, trepar, beber. Não me agradou muito o título mas com certeza será uma narrativa muito engraçada.

Quer saber como eu vejo uma heroína? Como uma mulher possível. Mas isso é um outro post que vai ser muito longo... Rola um confesso? Esse vai ser de matar...

Ana Claudia

sábado, 11 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo

Talvez seja um pouco cedo pra isso, mas li o texto e adorei e espero que gostem. Não tem autor, se alguém souber please me passe pra eu colocar nos créditos...
Ana Claudia


O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.
É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.
Claro que a vida prega peças. O bolo não cresce, o pneu fura, chove
demais (Perdemos pessoas que amamos)...

Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro
trabalho?
Eu quero viver bem... e você?
2010 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas, mas também de
problemas e desilusões, tristezas, perdas, reencontros.

Normal..
Às vezes, se espera demais. A grana que não veio, o amigo que
decepcionou, o amor que acabou.
Normal ...
2011 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o
homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí? Fazer o quê?
Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que eu desejo para todos nós é sabedoria. E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência..
O nosso desejo não se realizou? Beleza... Não estava na hora,
não deveria ser a melhor coisa para esse momento (me lembro sempre de uma frase que ouvi e adoro: "cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade").
Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano...
Mas, se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com
generosidade, as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial!
2011 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente.
Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.

2011 pode ser o bicho, o máximo,
maravilhoso, lindo, especial!
Depende de mim... de você.
Pode ser... e que seja!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Por acidente

Por acidente hoje dei de cara com sua foto, tinha escondido para não sentir saudades mas não sei como ela parou na minha frente na tela do computador.
O tempo parou enquanto eu fiquei olhando você sorrir pra mim ironicamente e comecei a revirar nosso tempo juntos: o primeiro beijo, o primeiro porre que tomamos juntos... Fui num bar encontrar com uns amigos e claro, como tinha que acontecer eles perguntaram de você. E eu não soube muito bem o que responder.
Vim pra casa correndo, abri o computador e procurei a sua foto. Para minha desgraça encontrei e as saudades vieram com uma força que parecia que meu peito ia rachar no meio. Chorei de saudades, chorei pelo nosso afastamento, chorei por tudo que pode dar errado e acabou dando mesmo. Fazia muito tempo que eu não chorava, nem sabia mais como era isso.
Acho que agora, depois de toda a correria do espetáculo que eu estou sentindo sua falta, que estou processando tudo que aconteceu. Agora que estou sentindo com tanta força sua ausência, e muitas saudades.
Estou sentindo sua falta, mais do que eu pensei que pudesse sentir e muito mais do que eu acho que aguento.

Ana Claudia

A arte da mulher




Ao soar dos batuques já me sinto leve
Que droga mais benévola que é esta
Não tenho o que reclamar
Admito que passei a ser mais feliz depois que comecei a me movimentar


Nas batidas laterais solto meu ventre
Com as mãos ao ar, desejo voar
Um momento em silêncio e sozinha
Dançar para mim é uma alegria

Aonde não encontrei amor ou mesmo valor
Passei eu mesma a me dar
Bastão ao meu poder, como o véu a flutuar

Com tantos ritmos diferentes, não consigo lembrar
Apenas seguindo meu coração é que eu consigo dançar
Consigo ser eu mesma e acreditar, a mulher ainda pode dominar

Depois que aprendi essa arte, minha vida mudou
É difícil se encontrar e se expressar
Mas nessa dança da mulher
Eu consegui me libertar

EsFoto de Mitsuo koi
http://www.mitsuokoi.com.br/
crito por Samantha Bader

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Beside you

Beside You - Iggy Pop


I've been hungry way down in my heart
Waiting for a reason
I've been hungry like a lot of guys
I want to be beside you


Beside you
Grey is turnin' to blue
You wake up love in me
Beside you
Everything is new
You wake up love in me


I've been hungry way down where it hurts
Waiting for a reason
I've been hungry like a lot of guys
I wanna be beside you


Beside you
Grey is turnin' to blue
You wake up love in me
Beside you
Everything is new
You wake up love in me


What a world
I really need you girl
You wake up love in me


Beside you
Grey is turning to blue
You wake up love in me
Beside you beside you
I want to be beside you




Beside you
Beside you beside you
I want to be beside you
I want to be beside you
I want to be beside you

O que é o sucesso?

O que é o sucesso?

Em vários momentos da minha vida me peguei fazendo esta pergunta e me questionando: eu sou uma pessoa de sucesso? Meu trabalho tem sucesso? Sucesso é ganhar bem pelo trabalho ou ser reconhecido? Sempre foram tantas perguntas e tão poucas respostas que durante um bom tempo deixei de me questionar essas coisas. E depois de um tempo com os questionamentos no limbo acabei chegando à algumas conclusões.
Sucesso para cada pessoa é uma coisa, para alguns é dinheiro, para outros ser reconhecido, para outros simplesmente fazer seu trabalho sem ter que se preocupar muito e para tantos outros ter um pouco de estabilidade. Para mim o sucesso se tornou simplesmente ser reconhecido, deitar a cabeça no travesseiro e ter a certeza de que consegui dar uma boa aula. Ter a consciência tranquila de que fiz um bom trabalho e que naquele dia dei o meu melhor.
E enquanto o espetáculo acontecia e eu conseguia ver um pouquinho dele na escuridão das coxias e ouvia o aplauso do público tive outra definição de sucesso: o meu sucesso é o sucesso das minhas alunas, que acreditam no meu trabalho, que se dedicam, que dão o sangue junto comigo para que o espetáculo aconteça. O sucesso é isso, saber que meu trabalho tocou o coração das pessoas e as fizeram entender e amar a dança da mesma maneira que eu.
Imprevistos sempre acontecem. Não é todo dia que tudo dá certo. Mas quem ama o que faz passa por cima dos percalços e continua sua jornada frente a todos os obstáculos que surjam, e este ano houveram muitos!
E fazendo meu trabalho de uma forma limpa e digna, se eu sempre conseguir tocar o coração e a alma de alguém e conseguir passar para essa pessoa o amor que eu tenho pela minha dança sempre serei uma pessoa de sucesso.
E como ninguém faz nada sozinho neste mundo tenho que aproveitar para agradecer aos profissionais de primeira linha que me ajudam e muito no espetáculo: Luiz Martins (maquiagem), Marquinhos e Bruna (filmagem), Jorge iluminador (que entrou para a quadrilha este ano), Mitsuo Koi e João (fotógrafos), Camila Garcia (fez os convites) e Geórgia (fez tudo para me ajudar, desde colar o programa na parede até ficar na porta do teatro). Profissionais extremamente competentes, amigos que estão comigo sempre, que como eu amam o que fazem e por isso nossa parceria tem durado todo este tempo e tem tido muito sucesso!  
Obrigada à minha família por me apoiar, obrigada Cris por organizar minha vida enquanto eu fico fora do planeta produzindo o show, obrigada Keller por me substituir, ensaiar as meninas e terminar algumas coreografias enquanto estive internada. Obrigada aos meus amigos, que entendem minha ausência nesta época do ano. Minhas queridas alunas, obrigada por acreditarem no meu trabalho e em mim.
Obrigada Deus por meu ganha pão ser aquilo que amo mais do que qualquer coisa.

Ana Claudia

sábado, 27 de novembro de 2010

Saudades urgentes

Esta manhã eu acordei com o gosto do teu beijo na boca.
E passei o dia revirando todo o nosso tempo como louca,
E passei por aquela saudade, aquela ansiedade
de poder te ver novamente.
E ainda sentindo a força do teu abraço,
Vi você virar a esquina do meu mundo.
Nunca mais meus olhos te viram,
Mas que engraçado...
Deixou em mim a sensação de que nunca foi embora...


Ana Claudia

Rola um confesso?

Tive você por poucas horas que tiveram um valor imenso para mim. Digo de mim que se perdeu de você. Nunca esquecerei que com você um certo dia estive, e que tudo já estava acabado, mas fui eu quem não quis aceitar isso. Eu não conseguia imaginar um dia sem ouvir sua voz me perguntando como foi o trabalho, sem sentir seu cheiro, seu beijo. Não conseguia ver meus dias sem você.
Enfim... Tudo acabou mas eu ainda não consigo imaginar nada disso com outro. Te agradeço por todos os momentos bons que tivemos. Obrigada por me fazer sentir mesmo que por pouco tempo a sensação de ser importante e única para alguém. Obrigada também por no momento ter retribuído todo o carinho.
Rola um confesso? Sinceramente vou sentir sua falta.

Ana Claudia

Meu sentimento

Sinto uma vontade imensa
de ficar calada, de sentir tudo.
De não proibir nada, de permitir tudo.
De não fazer nada.
Sentir teu corpo ao meu tocar,
Suas mãos lentamente em mim deslizar
Sua boca com a minha se encontrar
em em suas carícias cada vez mais louca me tornar.
E como um sonho de uma noite sem fim
Meu corpo ao seu pertencer
Minha alma à sua se entregar.

Ana Claudia

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dias corridos mas felizes.

Muitas idéias na cabeça mas infelizmente pouco ou nenhum tempo para escrever...
Como a maioria das pessoas já sabe no fim do ano meu trabalho triplica, é o show de fim de ano das minhas alunas. E este ano com a internação (tão fora de hora não poderia ser) as coisas acabaram se atrasando de uma tal forma que tenho trabalhado madrugadas a fio pra tentar colocar as coisas em ordem.
Mesmo com a loucura que é tenho que declarar que adoro isso, adoro ver as alunas ensaiando, o espetáculo nascendo e se transformando a cada aula, a cada ensaio geral. É um stress daqueles colocar tudo em ordem e ainda trabalhando sozinha mas faço de todo coração. Elas vivem o dia do espetáculo e eu vivo cada preparativo, cada dia que passa e que vai se aproximando da data.
E mais um ano vou observar minhas crias com o coração cheio de alegria dançando no palco, nervosas antes, alegres depois por terem conseguido fazer tudo...
Amo o que faço, não sou rica e a vida de uma dançarina e professora é extremamente sacrificada. Mas muito mais do que dinheiro, (e é óbvio que dinheiro conta e muito na vida e ainda mais na profissão), sinto que o prazer de se fazer um trabalho com o coração faz o dinheiro render melhor. Não nego que tenho minhas crises e tem dia que acordo querendo matar uma aluna, mudar de profissão, cometer um atentado na escola de dança... Mas aprendi a passar pelas crises com um mínimo de paz no coração, se é que isso é possível, aprendi a acreditar no futuro, em dias melhores, mesmo em tempos de muita tormenta...

E por falar em tormenta encontrei uma pessoa esses dias que causou uma mega tormenta no meu mar. Ele foi homenageado no meu texto sobre chefes incompetentes. Observaram meu trabalho e recuperei tudo que tinha perdido (que ele tinha cortado). E ele... Foi mandado embora, e o pior: por incompetência. No final de tudo temos que acreditar em dias melhores. Espero que ele encontre um emprego logo...

Ana Claudia

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um pouco de futilidades...

Hoje recebi literalmente minha carta de alforria do hospital e entre exames, papéis e etc estão os atestados médicos com dispensa do trabalho, receitas médicas e toda aquela parafernalha que temos que sair carregando quando deixamos o recinto... Enquanto minha irmã me arrasta até o carro pela rua como um bichinho que não tem coordenação motora desenvolvida, olho para o céu e vejo que apesar de procurar um pouco de iluminação também tenho meus momentos egoístas e de uma futilidade que nem eu consigo acreditar.

Eis que antes de dar entrada no hospital na segunda passada com uma crise severa de asma (coisa chata que me acompanha!) em estado total cianótico com o pulmão sibilando sem parar resolvi dar um tapa no visual. Fui na cabelereira um dia antes e dei um trato nas unhas, arrumei o cabelo e fiquei com aquela sensação de usar esmalte vermelho e pensar: "O mundo é meu!"

E já que o momento é de total futilidade aproveito para deixar algumas recomendações aos cientistas: inventem aparelhos tão rápidos quanto o oxímetro que possa ser usado com esmalte vermelho na unha! O danadinho só faz a leitura com a unha livre do pigmento. Alguém pode imaginar uma mulher asmática em estado cianótico sendo torturada por uma enfermeira com algodão e acetona em punho arrancando seu esmalte vermelho? Ficava pensando em como ia ver meu baby com aquela unha horrorosa...

E o desenrolar foi que passei quase nove dias na UTI e claro, sem plantões de cabelereiros e manicures por perto. E o Baby que foi me ver me deixou desesperada com aquelas unhas, cabelos e sobrancelhas horrorosas.  Fiquei com vergonha, quando percebi que todos me olhavam com preocupação inclusive ele, e ninguém olhou para a minha unha, somente eu mesma. Mulher fútil. Rola um confesso? Sou um pouco obssessiva com a aparência, acho que no dia que eu morrer vou deixar pago um dia da noiva pra ser enterrada com categoria! Que horror!

E estou saindo com minha irmã hoje do hospital e me condenando por pensar na roupa que estava usando (não era lá um moletom muito bonito), pensando se a lição das unhas já não tinha sido o suficiente depois de uma semana tão grave. Mas olho para o lado e vejo dois rapazes e uma moça olhando para mim sem parar e olhando para as minhas unhas! (ou seria o moletom? ou o cabelo que estava em petição de miséria de tão despenteado? ou simplesmente pela aparência doentia que só 9 dias de hospital podem proporcionar?) Quer saber de uma coisa? Vai para o inferno! Se for parar em um hospital novamente em estado cianótico por favor comuniquem minha manicure, depiladora e cabelereira! Quero um leito reserva pra cada uma delas ao meu lado! E me desculpem a futilidade, estar saudável é maravilhoso, estar saudável e com aquele esmalte vermelho que te dá a sensação de ter o mundo aos pés não tem preço!   

Ana Claudia- Em desesperador estado de repouso,  com as unhas e cabelo sem fazer...   

Lindo!

Eu te prometo não prometer nada,
nem te amar para sempre
nem não te trair nunca
nem não te deixar jamais
nada a te oferecer senão eu mesmo
nada à te pedir senão que sejas quem tú és
nada de máscaras nem de artifícios.

A verdade é o que temos de melhor
para compartilharmos um com o outro
sem medo, vergonha ou culpa
de nos mostrarmos por inteiro
tuas coisas continuam tuas, e as minhas, minhas
não nos mudaremos na loucura de tornar eterno esse breve instante que passa
se crescermos como pessoas, ainda que em direções opostas, saberemos nos amar e nos respeitar pelo que somos.

Não te prendo e não permito que me prendas
nenhuma corrente pode deter a força da vida
nenhuma promessa pode substituir o amor
quero que sejas livres como eu próprio quero ser
companheiros de uma viagem que está começando
cada vez que nos encontramos novamente.

Victor Hugo

Agradecer é divino.

No final das contas percebi o quanto é inútil ficar tentando retribuir às pessoas que me apoiaram por todo meu caminho. E percebi que seria mais sábio se render à milagrosa generosidade humana e simplesmente continuar dizendo obrigada enquanto ainda tiver voz.
Obrigada a todos que estiveram comigo, por segurarem minha mão, por acalmarem meus nervos.
Obrigada por abrir os olhos e ver seus olhos ali, segurando minha mão. Obrigada por me dar algo que nunca recebi antes.

Ana Claudia

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Desabafo

Está sendo bom...
Acordar e ter vc para pensar. É muito bom ouvir você dizer que tem saudades, que lembrou de mim por causa disso ou daquilo. E te ouvir planejando outros dias ou simplesmente "enxaquecando" e enxovalhando o Jô Soares, a Dilma, o Corinthians e quem mais tiver a infelicidade de aparecer na tela da tv...
É muito bom quando você cozinha pra mim, ou simplesmente compra a pizza pra gente jantar, muito bom ver tv embolada com você no sofá. Muito bom tudo isso e tantas outras coisas... Saber que o que queremos não tem nada que impeça, nem medo, nem amarras, somos nós mesmos com todos os defeitos e qualidades que uma pessoa normal pode ter.
Muito bom dormir e acordar com você, muito ruim é ir embora com vc me pedindo pra ficar só mais dez minutinhos...
Muito bom, maravilhoso. 

Ana Claudia

domingo, 10 de outubro de 2010

A gente se vê por aí

Eu quero saber se você vem,
se novamente vou te encontrar,
se os teus olhos vão brilhar,
se meu coração vai disparar.
Será que você vem?
Com aquele mesmo carinho para me dar
no peito toda a emoção
de quem tem muito para contar.
Eu não vejo a hora
de ter entre as minhas, as tuas mãos.
Dizer que todo este tempo
custou para passar.
Não importa quanto tempo
ainda tenha que esperar
o dia da gente vai chegar
Da gente se ver por aí
E quem sabe até o amor
Será o futuro de nós dois.

Mara

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Abrir mão para receber.

    
‎"Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer."
Bob Marley.
Coloquei essa frase ontem no meu facebook. E logo em seguida tirei porque não acreditava que ela estivesse refletindo meu atual momento. Mas como dizia Freud: "No subconsciente não há enganos." Ela diz muita coisa da minha vida há algum tempinho atrás.

Durante esses dias olhei para algumas situações em minha vida e me vi remando enlouquecidamente contra o rio. E nessa correria insana me vi fazendo coisas que não condiziam com minha personalidade, não que eu estivesse sendo dissimulada, mas que desvia completamente da minha proposta de vida por amor ao meu trabalho e ao que faço. Não estava nem conseguindo me concentrar no meu trabalho direito. O espetáculo está aí e tenho que estar  inteira, com os pés fincados no chão.

    É muito ruim olhar para algo que queremos tanto e chegar a conclusão de que foi um negócio mal feito, ou uma aposta errada ou mesmo uma pessoa que escolhemos de uma maneira um pouco torta. Foi frustrante olhar para algo que quis tanto, ter nas mãos e constatar que realmente foi um péssimo negócio. Mas enfim, desisti de sofrer, e de coração limpo por ter certeza de que fiz o possível e o impossível  para dar certo me desapeguei.

     As coisas acontecem de uma maneira interessante, abri mão de algumas coisas e acabei recebendo outras, abri mão para receber uma proposta melhor em algo maior. Dessa vez acho que vou remar a favor da corrente! E como é sempre bom olhar para dentro de si mesmo, dei uma vasculhada e vi em mim mesma uma dificuldade em receber. Tenho tentado consertar isso. Rola um confesso? Gostei dos resultados que me foram bem agradáveis. Quem disse que eu não posso receber nada da vida e que ela não pode ser menos trabalhosa e mais leve para mim? Mandei coisas pesadas e trabalhosas para longe e receber tem sido ótimo, gostei mesmo, até da massagem nos pés e da ajeitada de travesseiro debaixo da cabeça.

Ana Claudia

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Intensidade

Não lembro o autor (prometo que vou procurar!) mas adoro esse texto, me faz pensar que não sou a única pessoa que tem sentimentos intensos...
Ana Claudia

"Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos. Por isso não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz"

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O amor aguarda vc ser feliz.

O verdadeiro sentido do amor vai muito além da posse, do apego, do rancor, da culpa e de alguns sentimentos que nos confudem quando não olhamos para nós mesmos. E sinceramente temos a mania de achar que o amor é algo que se busca, algo para ser encontrado em alguma esquina. Buscamos o amor nas festas, nos bares, restaurantes e agora também na internet.

Parece ser algo urgente, pois nos ensinaram quem só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.

Há um grande equívoco nessa procura ansiosa, cada vez mais acelerada, cada vez mais esquisita. Amor não é remédio, não existe para curar um mal estar que você mesmo criou dentro de si e que, portanto, só você mesmo pode curar. Portanto, se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, em primeiro lugar vá se tratar, enquanto vc estiver nesse estado o amor não se aproximará. 

Caso o faça, vai frustrar todas as suas expectativas, por que o amor quer ser recebido com saúde e leveza. O amor não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da baixa alto-estima. O amor não é tolo, quer ser bem tratado, escolhe as pessoas que, antes de tudo tratam bem de si mesmas. Ao contrario do que se pensa, ele não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo mais dará certo.

O amor, ao contrário do que pensa os afoitos canditados a amantes, não tem pressa... ele espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você. Esta é sua condição inegociável, é pegar ou largar. Ser feliz é uma necessidade natural da alma e não uma meta traçada e planejada a ser alcançada. Não envolve estratégias, só sensações. A vida sempre acontece quando a gente não está preocupado em explicá-la. Quando perdemos tempo conceituando a vida, estamos deixando-a escapar.

O amor é, portanto, a fragilidade, força, serenidade, água, mansidão, fogo, agito... mas não tem nada a ver com apartamentos, piscinas, férias no exterior, passagens, carros e, muito menos, com princesas e príncipes encantados. Amar exige coragem, muita coragem, por que é entrega total e está todo mundo viciado em trocas e mais trocas - tudo que o amor abomina.

Estamos sempre fazendo algo esperando pela recompensa imediata. Se o desejo não é atendido, a frustração logo aparece, a sensação de abandono se instala, a tristeza vem e com ela perde-se toda e qualquer possibilidade de felicidade.

Não somos generosos para amar. Somos mendigos de uma coisa que temos em abundância dentro de nós. Ainda não aprendemos que o amor que reivindicamos é o mesmo que precisamos dar, por que tudo começa em nós, começando talvez por um pouco de amor próprio. Estamos sempre esperando que o outro tome a iniciativa.
O mesmo acontece com ele.
Acredito estar só no incio de um longo caminho a ser trilhado. Mas cuidar de mim mesma e ser feliz sem ser dependente emocional ou me tornando refém dessa busca insana pelo amor me ajudou a cada noite mal dormida, a cada decepção, a cada frustração...me levantar e acreditar que amor chega na hora certa...

"Amar não é quando duas pessoas olham uma para a outra, mas quando olham na mesma direção. O amor libera não encarcera."

Trechos do texto de M. Vinícius Sassoni

Adorei esse texto! Extremamente verdadeiro, pq hj em dia o que as pessoas vivem não é amor e sim sequestro emocional...


__._,_.___

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sem título

Este sentimento que é tão louco e que destrói o coração aos poucos. Já não posso viver pensando se vc estará me esperando. E querer tudo em apenas um desejo e à noite acordo com teu beijo. Mas o amor é sempre a mesma história, tudo passa e fica somente na memória.

Ana Claudia

Ps: Estou aprendendo como funciona essa coisa de blog, este é o terceiro plano de fundo que consigo colocar!! Estou escolhendo conforme meu estado de espírito, o primeiro era uma parede interna de casa antiga, foi como se eu tivesse fuçado meus velhos baús, o segundo ânforas orientais e este agora...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sem rumo

Estou no momento sem rumo,
estou preso ao amor que criei, estou inseguro
Eu me perco na imensidão dos teus braços
E me dou ao luxo de sonhar sozinho
Estou amando sem ter teu carinho.
eu amo até mesmos eu avesso.
A essência dos meus versos é a ausência dos teus beijos.

Ana Claudia

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sombrio

"A gente sempre destrói aquilo que mais ama,
Em campo aberto ou numa emboscada.
Alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza das palavras
Os covardes com um beijo,
os valentes na ponta da espada."

Paulo Coelho- particularmente não curto muito o autor mas gosto desse pequeno texto...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Essas modernidades...

Antes de qq coisa quero declarar que tudo que está neste texto é verdade.

   Hj meu dia foi literalmente insano!
   Uma parte do meu trabalho se resume em trabalhar na casa do meu pai. Para quem não sabe é lá que funciona meu atelier e por isso nos encontramos com uma certa frequência (meus pais são separados) na hora do almoço. Hj nos encontramos e nossa conversa discorreu sobre relacionamentos. Estava contando pra ele a última pérola do meu ex marido que resolveu vir dos quintos dos infernos quase quatro anos depois da separação com uma missão: me atormentar. Mas isso merece um post exclusivo depois...
   Qdo em meio ao assunto pergunto de uma ex e ele me responde calmamente antes de abocanhar um pedaço de carne:  
   _Nos encontramos outro dia. Eu bem que queria "dar uns pegas" nela de novo mas ela não quis, disse que quer namorar.
   _Como assim?!?!  Respondi quase engasgando com a sopa (estou de regime por tempo indefinido, só tomo sopa até perceber que meu umbigo está colado na coluna).
   _ É minha filha. Respondeu meu pai sossegadamente. Não quero ninguém pegando no meu pé, quero só ficar e pronto. Não quero dor de cabeça.

   Se eu tivesse ouvido isso de um homem de vai lá trinta anos teria entendido. Mas meu pai é um homem de seus cinquenta e poucos anos! Como assim não quer ter dor de cabeça?! Como assim quer "dar uns pegas" e pronto?!?! Que coisa moderna é essa??? Em que mundo nós estamos?! Mas ele é meu pai, me criou, ajudou na minha formação como adulta. E eu não sou uma pessoa ruim! Será que eu estou pirando? Cabe aqui uma ressalva: Graças a Deus meu pai não é daqueles caras que só querem pegar mulher novinha. Como ele mesmo diz, "não dá pra beijar na boca da amiga da filha". Aleluia! Fui poupada de um vexame desses... Mas confesso que uma amiga minha de adolescência tinha um pai que era super lindo e era o comentário de todas as meninas do condomínio (meninas sim, tínhamos 12 anos) qdo ela não estava por perto, claro! O tio dava um mega caldo! Ainda levava a turma toda pra matinê num landau azul calcinha (eita cor horrível!). Mas voltemos ao assunto... 
   Estava divagando nesses pensamentos e tomando minha sopa tentando imaginar que era um strogonoff qdo meu pai soltou a pérola:
   _ Mas eu quero muito que vc se case minha filha, vc já tem $# anos. Não vou mencionar minha idade aqui pra não ficar com imagem de encalhada, coisa que definitivamente eu não sou.
    Fiquei ali pensando em como encerrar o assunto pq é melhor ter uma distância na relação entre pais e filhos. Não dá pra ser brother pq eu não vou gostar de descobrir que meu pai tinha 3 namoradas, que fica dando uns pegas por aí etc. Pensei que teria que voltar a fazer terapia só pra checar se realmente meu complexo de Édipo está devidamente resolvido para eu não arrumar caras que só querem "dar uns pegas" tb (segundo a teoria da psicanálise de Freud, complexo de Édipo mal resolvido é igual a: arrumar namorados iguais ao seu pai, isso explica a mulher que tem o pai alcóolatra e se casa com outro igual). Enquanto lembrava da minha psicóloga e pensava em ligar pra ela respondi calmamente para o meu pai encerrando o assunto:
   _ É pai. Um dia eu vou casar, fica tranquilo...

    Tudo isso aconteceu e eram somente 13h! Ainda tinha muito tempo pela frente...
     No meio da tarde estou andando na rua distraidamente qdo encontro uma amiga. Com o amante! Tentei virar uma abóbora, desenvolver super poderes e desaparecer, fingir que não era eu, fingir que não vi... Mas não deu, estávamos de frente uma para a outra e o embaraço foi nítido. Mesmo pq o amante eu tb conheço... Nos cumprimentamos e frente à minha surpresa ela me perguntou:
   _ Vc agora virou santa?
   Antes de continuar um adendo: não sou santa nem quero ser.
   Sussurrei: _ Não...
   Enquanto ela me pedia segredo e eu pedia para ela tomar cuidado me passaram várias cenas na cabeça: o casamento dela, maravilhoso por sinal, o marido (que eu tb conheço droga!), a casa deles que é linda, as viagens frequentes do casal e tantas outras coisas... E praguejei até cansar pq eu não queria ter visto aquilo, não queria ter descoberto nada disso. Eu estava no local errado na hora errada. Meeeeeeeerda!!! Pq eu tinha que ter ido ali? Eu devia ter ido no banco que era o plano original, mas não!! A imbecil aqui tinha que estar naquela rua naquele horário!!  Ai que ódio!! Aí fiquei pensando:
   Eu sou quadrada?
   Hipócrita?
   Uso óculos cor de rosa?
   Quero ser santa?
   Sou maluca?
   Todas as alternativas anteriores?

   Não, não sou quadrada ou hipócrita, talvez de vez em qdo eu use óculos da Barbie mas só de vez em quando. Nem de longe tenho pretensão para a santidade. Maluca? Hum, não sei... Mas fiquei me questionando se isso é justo, que motivos podem levá-la a tomar este tipo de atitude. Não a julguei. Em nenhum momento. Me coloquei no lugar dela e cheguei à conclusão de que não tenho massa cinzenta pra esse tipo de coisa. Ia trocar os nomes, daria pistas. Sou franca demais pra fazer isso sem me denunciar... Cada um sabe de si... Não estou me colocando como a "fiel", mas sou atrapalhada por natureza e tenho certeza de que se eu me metesse em algo assim os resultados seriam no mínimo catastróficos.
   Cheguei ao acordo com meu coração e minha alma de que prefiro acreditar no texto da tampa da panela (tb um post deste blog) e pronto. Se é usar os óculos da Barbie eu não sei, talvez sim. Mas prefiro pegar o acessório dela emprestado, assim continuo vivendo e mais, vendo tudo isso sem enlouquecer ou achar que o mundo é assim. Já vivi uma fase de "todo mundo é canalha"  e não foi lá uma experiência enriquecedora... Não estou dizendo que minha amiga é canalha. Mas se meu namorado me traiu ele é um cafajeste e foda-se, o pisão é no meu pé e eu sei onde meus calos apertam. Quem assiste a uma traição se mantém imparcial (pelo menos tenta), quem sofre uma traição quer mais é a cabeça do traidor numa bandeja. Pq eu seria diferente? Será que o marido é diferente? Óbvio que não!
   E enquanto ela ia para um lado eu fui para o outro. Ela radiante com a companhia e eu rezando pra todos os santos pra ninguém nunca descobrir isso. E me veio na memória a resposta que dei ao meu pai:
  " É pai, um dia eu vou casar..."

Ana Claudia

Minha amiga, talvez um dia vc leia este blog, este texto particularmente e queira me queimar em praça pública. Não me odeie por favor! Apesar da história estar aqui, não estou te julgando... Só desabafei pq nunca vou falar nada disso com ninguém. Seu segredo está bem guardado comigo. Pela amizade de tantos anos e mesmo me decepcionando um pouco com o que vi, continuo gostando de vc como antes.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sincera eu?!?!

   Depois de alguns dias de letargia, uma viagem e um pouco de preguiça tb voltamos ao teclado e às idéias mirabolantes...

   Confesso que estava meio revoltada para escrever, e ainda continuo! Pq percebi que por mais que meus surtos sejam uma coisa franca (até demais, eu sei), cheguei a conclusão enquanto escrevia o último post (homenagem aos chefes) de que não conseguiria ser tão franca e direta quanto gosto. Mais que óbvio por motivos pessoais, a verdade é que eu tive que refazer o texto inteiro por amor ao meu pescoço. Me senti mal depois, tolhida e sufocada.


   Aí fiquei pensando: "_Sua imbecil, vc tem esse blog para ser sincera e desabafar tudo que pensa e não vai ser assim?"


   Pois aí vai minha conclusão: Por mais sincero que se tente ser vivemos em uma sociedade hipócrita e a educação, o que as pessoas pensam ou o amor ao próprio pescoço contam muito na hora de expressar o que se vai lá no fundo da alma... Lamentável, o texto estava ótimo, com umas tiradas irônicas boas pra caramba e atacando de frente o objeto da minha raiva, (que perdura até agora, não passou!). E eu que sempre me orgulhei de fazer sempre o que quis por não ter chefes diretos caí na armadilha. Foi um horror perceber isso, perceber que sou igual a grande maioria: que toma bordoada e está lá no outro dia, com um sorriso no rosto pq precisa trabalhar (não sou rica né, pelo menos não ainda)...


    Fiquei muito chateada esses dias com uma situação que perdura no meu trabalho. E que está intimamente ligada ao fato de eu não poder expressar o que realmente penso (para a sorte de alguns). E sem querer acabei descontando nas minhas alunas, nas pessoas próximas de mim. Aproveito agora para pedir desculpas às pobres almas que aguentaram e ainda estão aguentando meu humor péssimo e respostas lacônicas. Vai passar, espero...


   O bom de tudo isso é que eu tenho trabalhado enlouquecidamente para esquecer essa situação tragicômica. Estou criando uma nova coleção de bolsas! Minhas coreografias estão a mil e estou tendo uma idéia atrás de outra!  E depois vou poder dizer que elas são frutos de um surto quase beirando uma tentativa de homicídio ou um ataque terrorista! Quem disse que a incompetência não pode ser inspiradora?


Ana Claudia

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Surto!!

   Este post é dedicado a vc chefe. Isso mesmo, vc que ocupa uma posição (relativamente) alta na pirâmide hierárquica da sua empresa...
   Vc realmente conhece seu subordinado? Ok, vc não precisa ser amigo de infância dele, mas sabe ao menos quais são suas funções e seus resultados para que vc continue sentado aí onde está? Então querido, caso vc não perceba tem alguém acima de vc que não quer saber se o pato é macho, ele quer ovo.
   Eu poderia ficar horas aqui em meio a este surto de indignação divagando sobre modelos de gestão de pessoas e como ser um gerente competente, mas nem vou perder meu tempo com isso. Basta dizer que em uma empresa o que mais sabemos é que a "dança das cadeiras" é algo muito corriqueiro. Ou seja, vc está aí hj, mas amanhã ninguém sabe. Então não seja um pseudo-gerente, seja alguém no mínimo interessado e conheça profundamente o trabalho de seus subordinados pois dos resultados deles depende a sua cabeça.
   Eu conheço cada uma das minhas funcionárias, sei de suas capacidades e limitações, graças a isso consegui fazer com que meu trabalho crescesse. E meu público é exigente, são mulheres que exigem peças únicas com um design lindíssimo a um preço justo. E todos nós sabemos que mulher é um bicho ruim e não se deixa enganar facilmente.
   Sucesso aos verdadeiros e competentes gerentes, que conhecem seus funcionários, são participativos, ajudam nas horas ruins e dão os louros quando há sucesso. Gerenciar pessoas é uma arte e não um capricho onde uma pessoa vaidosa senta em um troninho e fica olhando (de longe) seus subordinados baterem cabeça sem ao menos apresentar uma solução, muito menos andar metido em fofocas de mulheres acéfalas e invejosas que não podem ver alguém desfrutando de um pouco de prestígio (conseguido com muito suor) e ficam o dia inteiro maquinando um jeito de acabar com ela. 
   Depois não reclame que não é uma pessoa bem vista no meio e é perseguido pelo fantasma de algum competente que esteve nesta cadeira antes de vc. Depois não reclame se receber bolo com purgante. Na verdade seria um help, já que ajudaria a despachar um pouco da barriga que já está bem protuberante. Credo! Que nojo! Ninguém merece essa visão do inferno!  


 E as pessoas reparam viu! Muitas vezes a pancinha é mais comentada a boca pequena do que aquele mais maravilhoso corpo que desfila para lá e para cá...

"Conservarei imaculada minha vida e minha arte"- Hipócrates

Ana Claudia

Que fique aqui registrada a minha indignação tb com computadores e tb com essas ferramentas do blog que eu não consigo entender!! Estou há duas horas tentando mexer no layout e não consigo!! Eu vou arrumar minha mala pra ir pra Ilha Bela num casamento maravilhoso e vou encher a cara e esquecer destes controles todos, setinhas e afins... E tb de todos os chefes incompetentes da face da terra!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ainda é vc

Ainda é vc o meu amor
paliativos não resolvem a minha dor
e ainda choro de saudades de vc
Prossigo andando pq a estrada é o caminho
mas sofro muito por não ter mais seu carinho
Eu ando, eu corro, eu paro sem achar sentido
Rodopiando como um pássaro perdido
buscando a rota sem saber pq.
Ainda é vc o meu amor,
velas ao vento estão sempre ao seu favor.
Ainda é vc o meu amor
Só que em vez de tanto espinho eu quero a flor
Eu quero o riso e não a lágrima a correr.
Eu quero a paz, eu quero a vida
junto ao seu corpo e sua alma tão querida
quero ser sua
e sempre amar vc.

Ana Claudia

Sonhos

Hj, depois de um jantar e uma conversa das mais engraçadas com uma grande amiga tive a atualização das fofocas. E honestamente não queria descobrir as coisas que ouvi. Era muito melhor qdo eu usava óculos cor de rosa e vivia no mundo da Barbie... Nesta época o mundo era um lugar bom, e as pessoas eram inocentes e puras...





De repente,
as coisas foram se perdendo.
Nossa última poesia
eu acabei esquecendo.
e as cenas do velho filme
Agora são difusas.
Nossas brincadeiras
já não tem tanta graça
E eu que não acreditava em tanta coisa
Me fiz crente.
E nós tão sedentos de vida
ainda não fomos saciados daquela velha utopia de felicidade eterna
que agora eu sei que não existe.
E as pessoas,
já não são como antes
já não são tão santas.
Elas mudaram?
Não, eu cresci.

Ana Claudia

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Saudades

Hj estou com o dia de folga e pensando enquanto arrumava as minhas coisas cheguei a algumas conclusões:
1- Tem ditados populares que NÃO SÃO verdadeiros: "O que os olhos não vêem o coração não sente."
2- Tem ditados populares que SÃO verdadeiros: "Cabeça vazia é oficina do capeta". totalmente verdadeiro, se eu estivesse trabalhando que nem uma enlouquecida não estaria aqui pensando e escrevendo sobre isso. Mas, vamos divagar um pouco...

    Hj foi um dia de saudades. Em primeiro lugar por ter visto a minha amiga noiva ontem e ter relembrado grandes momentos em minha vida: de loucuras, choro, alegria, porres, tristezas, conquistas, festas e muitos outros nos quais ela esteve presente junto ao nosso QG secreto, como ela foi para os USA há um ano e vai continuar morando lá bateu uma saudade incrível dela e de todos estes momentos onde ela e as outras que não são menos amigas claro, estiveram comigo. Saudades enormes tb ao mexer neste blog e sentar para escrever, saudades de minha irmã que mora nos USA há anos e tem acompanhado minhas humildes publicações, claro, sempre com opiniões entusiastas, elogios maravilhosos, (coisa que só irmã e mãe fazem...). As palavras assim como a dança e outras coisas unem as pessoas e estamos muito mais próximas, graças ao advento da tecnologia e a esse montinho de letras aglomeradas nesta tela... Saudades muitas tb me deu ao mexer neste blog e lembrar de uma pessoa que viu alguns textos meus e me incentivou muito a fazer algo deste tipo. Se não fosse a opinião sobre as poesias, as conversas e literalmente o empurrão acho que nunca teria feito nada disso. E por mais que a vida nos tenha colocado em caminhos diferentes sempre um levará coisas do outro, eu levei este blog e o que ele levou de mim eu não sei, espero que seja algo bom. Saudades tb de tempos recentes digamos...
    Diz a lenda que o que os olhos não vêem o coração não sente. Isso é o maior caô que eu já ouvi em toda a minha vida! Sente sim e muito. Eu sinto dor de saudades, fico com dor de cabeça, desânimo e dor nas costas além do mau humor incontrolável, (não é sintoma de TPM, é saudade mesmo).
   O problema da minha saudade recente é que com ela vem um turbilhão de perguntas que eu não terei resposta (à não ser que eu vá perguntar, e é claro que eu não vou) fico me perguntando se talvez tb sinta saudades: do meu cheiro, da minha mania de ser garota enxaqueca, das minhas gentilezas de ver algo na rua que seja parecido e comprar, dos meus fios de cabelos que ficam como um rastro atrás de mim, da minha risada, do beijo, de fazer formiguinha nas costas... Enfim, foram tantas coisas legais que aconteceram que o "desacontecer" me deixou meio no vácuo. Como tb fiquei há um tempo atrás. Talvez eu me arrependa de tratar isso de uma forma tão franca mas as saudades que senti hj foram tão fortes que me senti obrigada a escrever sobre este assunto. Eu queria encontrar o idiota que escreveu esta frase: "o que os olhos não vêem o coração não sente" e eu arrancaria seus olhos pra nunca mais ele ver nada na vida! Aaaaaargh!!
Ana Claudia


Saudades


Em algum momento de outra vida devemos ter feito algo muito grave para sentirmos tanta saudade.
Trancar o dedo na porta dói, bater o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói, um tapa, um soco dóem.
Mas o que dói é saudade...


Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira de infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do pai imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa, dóem essas saudades todas.


Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.


Saudade do beijo, da pele, do cheiro.
Saudade da presença, e até da ausência consentida vc poderia ficar na sala e ela no quarto mas sabiam-se lá.
vc podia ir ao dentista e ela a faculdade mas sabiam-se onde.
Vc podia ficar o dia sem vê-la e ela ídem, mas sabiam-se amanhã.


Contudo, qdo o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
E saudade é basicamente não saber.


Não saber se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi ao dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada.
Se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na internet e encontrar a página do diário oficial
Se ela aprendeu a estacionar entre dois carros.
Se ele continua preferindo marlzbier.
Se ela ainda prefere suco
Se ele continua sorrindo com os olhos apertados
Se ela continua dançando daquele jeito enlouquecedor.
Se ele continua cantando tão bem, e ela detestando Mc Donald's.
Se ele continua rindo e ela chorando até nas comédias.


Saudade é não saber mesmo!!


Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.


Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não querer saber se ele está feliz e ao mesmo tempo perguntar aos amigos por isso.
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama e ainda assim doer.


Saudade é tudo isso que senti enquanto estive escrevendo e o que vc provavelmente está sentindo agora depois de ler...

(Miguel Falabella)

   Saudades mil hj...

Cadê a tampa da minha panela??

   E quem não fica esperançosa de achar a sua cara metade qdo se depara com uma noiva tão leve, tão feliz e radiante? Rola um confesso? Sou igual a qq mulher normal por aí: quero ter marido, filhos, casa pequena, cachorro grande e todas as dores e alegrias que  uma família pode dar. Recebi este texto que achei tudo de bom e vou colocar aqui, em homenagem à todos os solteiros que andam por aí procurando a tampa da sua panela... Pq no fundo, essa é a nossa busca não é mesmo??

Ana Claudia








"Cadê a tampa da minha panela?"



Eu sempre sinto que "pode ser esse, ou talvez com algumas mudancinhas possa ser esse ou talvez se ele quisesse, poderia ser esse...". Não, isso tá errado. Quero sentir que "é esse".

Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero transar com beijo na boca profundo, olhos nos olhos, eu te amo e muita sacanagem, quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, ser carregada no colo, filhos, casinha no campo com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana. Quero sambão com churrasco e as famílias reunidas.


Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama.


Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso.


Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor.


Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira...).


Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre.


Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades.


Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina.


Tem que dançar charmoso, ser irônico, ser calmo porém macho (ou seja, não explodir por nada mas também não calar por tudo). Tem que ser meio artista, mas também ter que saber cuidar dos meus problemas burocráticos. Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara
de "essa mulher é única".


É mais ou menos isso. Achou muito? Claro que não precisa ser exatamente assim, tintim por tintim. Bom, analisando aqui, dá pra tirar umas coisinhas. Deixa eu ver... Resumindo então: tem que dizer que me ama e me amar mesmo, tem que rolar umas sacanagens e Pronto!


E quando eu tiver tudo isso e uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição feliz não passa de uma união solitária de aparências" vou ter pena desse coração solitário que ainda não encontrou o verdadeiro amor.


TATI BERNARDES







terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dia feliz!

    Hoje foi um dia tipicamente feliz. Poderia dizer que foi pq dei ensaio para as minhas alunas, que é já uma devoção, deixou de ser amor, mas foi bem mais que isso. Em primeiro lugar pq recebi comentários muito elogiosos à respeito do meu primeiro post no blog. Minha irmã fez um comentário que eu até fiquei emocionada...Ganhei três seguidores! E hj foi o chá de lingerie (uma versão do antigo chá de panela das nossas mães e avós), de uma grande amiga.
   Confesso que recebi o convite e fiquei meio de nariz torcido. Pensei comigo mesma: "_Vou em um chá de cozinha meio modernoso, com um monte de mulheres gritando como loucas e falando ao mesmo tempo, (quem me conhece sabe que só trabalho com mulheres e tem horas que quero um pouco de sossego), mas a noiva é uma amiga maravilhosa e pertence ao nosso QG secreto então vamos lá". Entendam por favor que não é má vontade, mas queria encontrá-la num ambiente um pouco mais tranquilo para podermos conversar mais à vontade, coisa que realmente não aconteceu.

   Quando chegamos ao salão me surpreendi com o que vi. Encontrei a noiva (que mora nos USA e veio para o Brasil apenas para a festa de casamento) radiante, com uma felicidade e alegria que transbordava pelos poros e dava vida para qq coisa inanimada próxima. Feliz como nunca, ela nos contou as novidades do casamento, detalhes da festa e outras fofocas. O chá de cozinha, ou de lingerie, que seja, foi super gostoso e pra fechar o encontro feminino com chave de ouro a mãe dela contratou uma professora de artes sensuais(!!!). Com base nisso vou passar aqui algumas dicas super úteis pra vc noiva que está lendo este texto pra que seu chá de cozinha seja inesquecível:


1- Vamos parar com essa conversa de que chá de qq coisa tem que envolver brincadeiras sem graça como pegar coisas com a boca numa bacia cheia de farinha. Ninguém merece!! Imagine uma pessoa que curte rock and roll dançando com uma caneta pendurada na cintura, quase de cócoras tentando colocar a caneta dentro de uma garrafa, ao som da música da garrafinha. Isso aconteceu comigo. Pode rir, eu deixo.
2- Contrate uma destas professoras de artes sensuais, além da diversão ainda rola um processo educativo.
3- Não peça produtos para a casa, peça lingeries, afinal no bater dos ovos, vc consegue comer comida em um recipiente qq mas seu marido não vai querer vc com aquela camiseta da eleição passada. Vc ia aceitar isso? Então pense!
4- Convide todas as suas amigas, afinal a diversão tem que ser pra todo mundo.

Bom, quem não foi perdeu. E eu super rabugenta de sair num dia de chuva pra ver uma amiga saí contente da festa pois vi que as coisas do amor podem (e devem!) ser mais fáceis para todos. E quem disse que duas pessoas não podem se encontrar, se amar, casar e serem felizes enquanto este amor for pleno e belo? Pois é gente, pra amar tem que ser fácil assim... pois difícil já é o trabalho, o dinheiro, o trânsito, o chefe, a depilação... rsrsrsrs...
Mais um poema, não foi escrito por mim, mas para mim de presente:

"As grades de Ísis"

Prenda-me com tua beleza
e condena-me por contemplar,
Nas tuas formas, suor e leveza
A doce sutileza que me faz brilhar

Que posso eu, rélis e pobre mortal
diante de ti óh Deusa?
a tua presença é uma doce agonia
em meus portais.
Diante de teus olhos fico preso
em doces espamos às lacunas abissais
E uma voz que estribilha na garganta 
grita em mim:
Liberte-me destes tormentos infernais!
Mas teus olhos já me dão a sentença
e teu olhar declara: "_Nunca mais!"

Não percebes que me fascinas
e me liga à dores torrenciais
Minha única cura é não vê-la
e viver, nunca mais.... 
    

Minha amiga noiva, que vc sempre exerça sobre seu marido essa fascinação sem limites... Que o amor seja pleno, belo e fácil!

Ana Claudia

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Desde sempre...

    Desde sempre gostei muito de escrever. Acho a escrita a forma de comunicação mais maravilhosa que existe depois da dança. Dançando e escrevendo são as únicas horas em que sou totalmente eu: sem querer mostrar qq coisa que não seja verdadeira, inteira e honesta. E apesar de falar muito (muito mesmo!) sei que não exponho totalmente o que penso com a fala...
Uma pessoa muito importante em minha vida me disse certa vez: "_Vc deveria montar um blog. Coloque seus poemas (acredite ou não eu os escrevo), seus pensamentos..." Na hora não dei ouvidos e argumentei que gostava mais de caneta e papel mesmo do que deste teclado. Rola um confesso? Sempre tive muito medo de que as pessoas vissem o que eu escrevo. Mas como meu trabalho boa parte do tempo é manual, (bordado) já não tenho mais força para passar tanto tempo escrevendo e se eu comprar mais um caderno e colocar aqui na estante minha mãe me joga na rua! Por isso resolvi dizer não ao desmatamento consumindo menos papel; sim ao espaço da minha casa evitando comprar mais um caderno e guardando tudo neste blog.
    Não sei qual será a trajetória deste blog, talvez ele seja apenas o fruto de uma noite insone com tantos problemas para resolver, ou então funcione como um diário. Confesso que gosto mais da segunda alternativa. Sempre tive diários e sou fascinada por eles. Talvez por eu falar tão pouco de sentimentos profundos precise deste recurso para desabafar (e só Deus sabe como eu preciso disto!). Daí veio o nome "surto escrito". Vou escrever para não surtar, não xingar, não matar e não espancar alguém que esteja me irritando (ou magoando) profundamente...  Portanto se for vc a razão da minha insanidade temporária cuidado!! Pode ser que seus atos sejam descritos aqui neste blog amanhã... Bom, é melhor publicar algo por mais cômico ou trágico que seja do que ir presa por agressão ou internada por um surto psicótico...

   Mas pra começar com o pé (ou mão) direito(a) vamos com um poema...

Como posso ficar nesta casa vazia,
Neste mundo da noite sem ti
Ontem falava sua boca à minha
E agora,
O que farei sem saber mais de ti
Pensavam que eu vivesse por meu corpo e minha alma
Mas todos estavam cegos.
Eu vivia unicamente de ti
Teus olhos que me viam,
como podem ser fechados agora
Aonde fostes que não me chamas
Que não me pedes
O que farei agora sem ti?
Cai chuva nos teus pés,
No teu peito,
No teu coração longe e solitário,
E eu fervo em lágrimas aqui.


Ana Claudia