O surto escrito é literalmente o que significa. É todo pensamento que tem de ser abafado por qq razão que seja. Aqui todo "surto escrito" é permitido desde que seja verdadeiro...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Casa própria!!

Agora o Surto tem casa própria!!!
O blog tem um endereço próprio, todos os posts estão lá e mais alguns novos tb!!

www.surtoescrito.com.br

Divirtam-se!!
Ana Claudia

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Nossa história Parte II

Enquanto ele girava sem parar a colher dentro do café a mente dela ia longe...

Não se falavam já havia um tempinho. E naquele dia ele ligou com uma voz que ela sentia que ali tinha problema.

“_Eu te chamei aqui porque queria te contar uma coisa... Disse ele com um olhar nervoso. Decidi me reconciliar com minha esposa pelos motivos que você sabe quais são”. Leia-se: minha filha de apenas quatro anos, meu apartamento dos sonhos que está para ser entregue, meu escritório que é em sociedade com ela, muitos anos juntos, minha futura candidatura para vereador, dificuldade para me separar, etc, etc, etc...

Homens!!! Ela pensou. Sempre a mesma coisa. Em sua mente machista cultuam entre outras coisas o comodismo e a covardia. E ela o conhecia muito bem. O suficiente para saber suas fraquezas de caráter e uma delas era a covardia. Conhecia-o tão bem que já imaginava que aquilo estivesse acontecendo. Sabia o quanto ele era fraco, principalmente quando sua filha entrava na conversa, mais ainda, conhecia suas idéias com relação ao casamento. Não tinha casado para se separar essas eram suas palavras e aquela mudança brusca de rotina e a distância da filha por mais que ele tivesse dado o pontapé inicial, tinham tirado seu chão, seu teto e tudo o mais.

“_É isso o que você quer”? Ela perguntou à queima roupa.

Ele não respondeu. Baixou os olhos e começou a mexer a colher de café sem parar dentro da xícara. Foi o suficiente para ela entender o que não estava sendo dito. Mas decidiu que essa ele teria que responder. Que fosse covarde no quinto dos infernos! Essa pergunta ele ia responder sim! Perguntou de novo, desta vez segurando a mão dele e obrigando-o a parar de mexer aquele café que ela estava quase jogando longe.

“_É isso o que você quer? Se me arrastou até aqui nesse frio de matar vai ter que me responder!”

Ele olhou para o lado e ela viu seus olhos marejados. Decidiu parar. Chutar cachorro morto é covarde e vê-lo com a expressão de um animal indo para o abate cortou o coração dela. Ele voltou para a colher dentro do café. Ela abaixou a cabeça e seus pensamentos começaram a martelar. Conhecia bem aquele homem e aquela relação que ele tinha e sabia que a atitude dele naquele momento era apenas arrastar o caixão que já estava com o defunto podre dentro. E por mais que ela soubesse que aquilo era uma tentativa de adiar o inevitável não teve coragem de dizer. Conhecia aquele casamento dele o suficiente para saber que tinham coisas que haviam se quebrado e que eram impossíveis de remendar. Mas ele teria que descobrir isso sozinho, assim como ela mesma o fez, no fim de seu casamento. Ela tinha tentado voltar também e consertar as coisas mas percebeu que o que se quebra uma vez... não há cola que restaure. Enfim, o que dizer? Decidiu pela primeira vez na vida não ser franca com ele e menos ainda dizer o que pensava. Respirou fundo e falou, desta vez com uma voz mais amena:

“_Acho que você tem todo o direito de tentar de novo. Eu mesma fiz isso antes de me separar definitivamente. Espero de todo coração que tudo dê certo desta vez para você e sua família”. Abaixou a cabeça, por mais que quisesse não conseguia ser cínica. Não queria que ele tivesse percebido. E ficou olhando para seu café, muda. O silêncio pairou entre os dois de forma avassaladora.

“_Me fala alguma coisa”... Pediu ele com o olhar triste.

Falar o que?!? Ela pensou. Falar que o que ele estava fazendo era perda de tempo? Que ele estava sendo covarde e pior ainda: impedindo a chance de os dois (ele e a esposa) serem felizes? Que cedo ou tarde o inadiável tomaria conta de tudo de novo e talvez fosse pior? Que a coisa que ela mais abominava numa pessoa ele estava fazendo agora que era a acomodação? Não ia adiantar nada ela falar o que pensava. Então se fosse para ele fazer aquilo (e ele ia fazer, ela conhecia a cabeça dele, quando cismava com alguma coisa parecia uma mula empacada) que fosse com alguém torcendo a favor e não contra.

“_No final tudo dará certo, querido. Acredite e confie”.

Abraçaram-se e se despediram. Ela reclamou pelo caminho inteiro até a garagem de prédio por fazê-la sair naquele frio só para notificá-la de suas decisões amorosas. Era só o que faltava mesmo!

O elevador ia subindo e ela pensando... Que direito ela tinha de julgar? Tantas coisas unem duas pessoas: comodismo, amor, paixão, dinheiro, negócios, estabilidade, dependência emocional. Porque ele tinha que ser igual a ela numa busca louca por felicidade que muitas vezes ela mesma se questionava se existia? Constatou que eles realmente eram diferentes: ela buscava sempre a paixão, ele queria estabilidade. Se ele estava certo ela não sabia. O que ela tinha certeza era que o que temos que passar nesta vida não deixamos na porta de ninguém. O que quer que acontecesse com ele dali pra frente que fosse para seu crescimento. Que acontecesse o melhor para ele (e ela também) naquele momento.

Entrou em casa e mandou a seguinte mensagem para ele:

“Meu querido, desejo para você o que quero para mim mesma. Que você alcance aquela porção de felicidade que nos faz desejar que a vida seja eterna do lado do outro. A vida é bela e curta demais para a infelicidade. Mande notícias! Beijos”.

Desejou aquilo de coração e em dez minutos recebeu a mensagem:

“É por isso que temos uma união que transcende o tempo... beijos”.

Desistiu de tentar entender o que unia os dois. Desejava apenas que ele fosse feliz e pronto. Não sentiu alegria nem tristeza ao ouvir que ele tentaria a reconciliação. Sua cabeça pulou para cinqüenta anos mais tarde. Imaginou os dois tomando café no asilo e relembrando todas as loucuras que tinham feito juntos e contando para todos os outros velhinhos. Riu baixinho. Tentou imaginar ele velho. Riu mais ainda. Se ele estava pintando o cabelo com quarenta anos imagine o que ele faria com sessenta? Não, ela não queria nem imaginar! Seria hilário! Leu a mensagem dele de novo. Respondeu com coração limpo:

“Meu anjo, o que é verdadeiro sempre é eterno. Beijos e boa sorte”.

Ana Claudia

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Como a vida é boa...



Ontem tive uma noite maravilhosa.
Nada como matar as saudades dos amigos, comer uma pizza, encher a cara de vinho e de quebra um docinho pra fechar a noite com chave de ouro... Relembramos histórias engraçadas, pedimos uma garrafa, fizemos as atualizações pendentes das mais recentes, combinamos uma festa, pedimos a segunda garrafa, comemos a sobremesa e claro fizemos a promessa de fechar a boca a semana inteira e de tornar cada domingo especial com alguma coisa diferente para se fazer, terminamos com a segunda garrafa e por incrível que pareça senti minha torcicolo dar uma boa melhorada, foi o vinho, a comida ou a companhia? Acho que tudo com uma ênfase aos amigos pois sem eles o banquete do rei não tem a menor graça...
Pri e Edu, adoro vocês!!

Ana Claudia 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Histórias de adolescente parte 2: A crise de riso

Sou uma pessoa tímida. Eu sei, a maioria das pessoas não vai acreditar porque eu dou aulas, trabalho com público essencialmente e isso requer o mínimo na arte da comunicação. Mas vamos esclarecer as coisas, sempre fui muito tímida para paquerar. É muito comum o cara achar que eu não quero nada com ele porque simplesmente não tenho coragem de olhar no olho e dar aquela "encarada" que quer dizer: humm tô te querendo. Mas enfim... cada um é o que é. Para driblar isso aprendi a ser engraçada, consigo entreter qualquer pessoa contando histórias engraçadas, falando de banalidades mas nunca de mim. Não sei se é o melhor artifício mas foi o que eu encontrei e onde me especializei.

Quando era adolescente era apaixonada por um rapaz. Claro, ele era o tal do bairro, desfilava pra cima e pra baixo cada vez com uma nova namoradinha e eu me conformava em ficar no anonimato. Claro! Ele jamais olharia para mim, uma rélis mortal, que falava sem parar e ria como uma hiena. E pra piorar a minha situação eu era a amiga "brother" dos caras. Acho que de tanto eu conversar, dar risadas e ajudar os componentes do time que perdia num domingo a se vestirem de mulher no jogo de futebol seguinte era considerada a amiga "brother" por todos os garotos do bairro. Pra completar a minha desgraça tinha uma amiga piriguete que beijava todos os meninos dos condomínios...

Pois bem. Um dia essa amiga invade a minha casa: "_Ana Claudia marquei de ir numa danceteria com o fulano e o siclano que você é apaixonada vai também, então você vai porque só vamos nós quatro e com certeza vai rolar paquera para o seu lado. Andei especulando com o fulano e fiquei sabendo que o siclano sempre te achou linda mas que você não olha muito na cara dele."

Fiquei toda polvorosa!!! O siclano me achava linda!!! Até que enfim minha vez tinha chegado! Chega de anonimato e de ser amiga brother, agora eu ia beijar o siclano! Me arrumei toda linda e fomos no domingo lá pra danceteria, que ainda fazia matinês aos domingos e ia até 23h.

Chegando lá minha amiga já se enroscou com o fulano e foram dançar. E eu coitada fiquei com o siclano, procurando desesperadamente algum assunto que pudesse ser dito em poucas palavras no meio daquela música ensurdecedora e que disfarçasse um pouco o ataque de timidez que eu estava tendo exatamente naquele momento. De repente ouço a voz dele:
"_ Me deu uma vontade de te beijar agora..."

Pausa porque eu fiquei muda não sei por quanto tempo, olhando pra cara do siclano acho que meio abobalhada.
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Ele ficou me olhando meio na dúvida porque acho que não sabia se eu tinha entendido o que ele tinha dito devido a mudez repentina.
De repente eu explodi. Explodi em risadas! Ria por fora porque não conseguia fazer outra coisa e por dentro tinha vontade de sair correndo e fugir dali pois sabia que aquele acesso de riso em tão má hora seria minha derrocada.
Pausa novamente enquanto ele me olhava tendo quase um ataque histérico de risos com uma cara de quem não sabia o que pensar.
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Nem preciso dizer que foi mesmo. A noite terminou com uma conversa muito da esdrúxula sobre o time de meninos que tinha perdido o jogo de futebol naquele dia e iriam se vestir de mulher para jogar na semana seguinte.
Palmas para a Ana Claudia.

Encontrei o siclano anos depois em um shopping, conversa vai e vem sobre o que estávamos fazendo da vida, namorados, conhecidos em comum e ele solta a pérola: Vi você dançando na televisão há algum tempo, e lembrei do quanto você riu de mim quando eu quis te dar um beijo. Quase fui parar na terapia, comecei a me achar incapaz de ficar com uma menina. Você acabou com a minha autoestima por um tempo!
Entre risadas expliquei pra ele minha timidez e paixonite por ele, e o quanto eu era (e ainda sou) tímida para aceitar um beijo naquela época e pedi desculpas por eventuais danos psicológicos.

Pausa para gargalhadas que desta vez os dois deram juntos e quase caíram no chão de tanto se contorcer rindo...
Como ser adolescente é bom, é pena que só descobrimos isso depois...

Ana Claudia
   

Saudades do Dio e algumas outras também...

De uns dois dias pra cá, comecei a sentir uma saudade imensa do meu padrinho. Acho que por fazer um ano que ele faleceu neste mês. Foi no mesmo dia em que o Dio (Ronnie James Dio), então quando eu sinto saudades ou minha memória começa a me trazer histórias deles fico ouvindo Dio o tempo todo. Tenho certeza de que meu padrinho nem sabia quem era ele mas na minha cabeça os dois se tornaram irmãos. A memória de um não existe sem a memória do outro.
Se meu pai é o herói da minha vida adulta meus padrinhos (que Deus os tenha) foram meus heróis de infância. Minha madrinha era boleira (hoje em dia seria cake designer, nossa que chique!) e meu padrinho tinha caminhões e dirigia um deles. Lembro de vários episódios de minha infância na casa deles. Lembro de desfilar toda faceira em casa com um conjunto de camisolinha e penoir vermelho de bolinhas brancas que ela tinha me dado. Minhas bonecas Moranguinho e a Susy. Eu não gostava muito de bonecas mas morria de vergonha de falar. Lembro dela ajudando minha mãe a fazer o meu bolo de aniversário (vou escrever um post sobre isso tb que é engraçadíssimo!). Do meu padrinho vindo em casa às pressas com meu tio Tuta porque meus pais estavam se matando de brigar. Lembro de cada presente que ganhei e a sensação de me sentir especial numa família. Tente mensurar o quanto isto é importante para uma criança que vive numa casa onde os pais estão perdidos em um mar de brigas constantes, ausência, abandono e falta de companheirismo com três crianças a tiracolo.
As cenas mais fortes deles na minha cabeça é a minha madrinha na mesa cortando um bolo para todos nós sobrinhos pequenos e de uma boneca enorme que ela tinha guardada que cada vez que eu olhava me dava medo. A boneca parecia uma menina gigante, devia ter um metro de altura, aquilo me dava pavor! Do meu padrinho eu lembro muito do sorriso: era um sorriso irônico, só com um dos cantos da boca, lembro dele sempre queimado de sol mexendo no caminhão, com uma carteira grande de mão que os homens carregavam e que não se usa mais. Do sotaque dele bem caipira mandando alguém ir “pru meio dos córno sô!”. Lembro dele levando eu e toda a primaiada endemoniada pra andar no caminhão. Ai que saudades...
 Lembro de estar saindo do hospital na noite do domingo, ligar o rádio do carro e perceber que tocavam Dio sem parar na Kiss FM. Foi quando o locutor falou da morte que tinha sido naquela manhã. Cheguei em casa e não conseguia fazer nada, deitei na cama e comecei a rezar, de repente me veio a imagem do meu padrinho na cabeça com um sorriso bem largo, que não era característico dele. Saí da cama, sentei ao lado do telefone e esperei porque eu já sabia o que tinha acontecido. Cerca de cinco minutos depois o telefone tocou. Ele havia partido, seu sofrimento havia acabado.
Espero que eles estejam bem.  E que de onde estiverem ouçam o meu “bença tio e bença tia” com um beijo na mão de cada um, como eu fazia quando era criança. E que realmente eles me abençoem e me acalmem um pouquinho as saudades que esta semana estão castigando bastante...
E como um não vive sem o outro um pouquinho de Dio na trilha sonora...
Ana Claudia

terça-feira, 10 de maio de 2011

Príncipe e princesa?

Atrasado mas ainda em tempo. Estava fuçando na internet e achei este texto. Vamos saber o que acontece nos palácios depois do famoso "foram felizes para sempre"...

"Que mulher nunca sonhou em ser uma princesa? Agora deixe sua imaginação voar... Você é uma plebéia e de repente se apaixona e se casa com o futuro Rei da Inglaterra.
Imagina agora que sua vida vai mudar radicalmente em nome deste amor. Seus passos serão "para sempre" vigiados, não vai mais sair com as amigas para falar mal do marido, nem beber além da conta, fofoquinha então? Nem pensar. Não vai mais ao shopping olhar vitrine nem pegar um cineminha de bobeira. Não vai mais poder errar no corte de cabelo, nem na cor, aliás não vai mais escolher seu novo corte de cabelo sem uma legião de assessores. Não vai mais falar mal da família do marido, nem passar os Natais com a sua família. Não vai mais repetir roupa, que disperdício usar um vestido lindo uma vez só na vida, o vestido te caiu tão bem...
Não vai mais pegar seu carro e dar uma voltinha para espairecer, nem vai abraçar e beijar seu marido em público, muito menos andar ao seu lado, dois passos atrás é o recomendável. Não vai mais chorar na frente dos outros. Não vai mais mascar aquele chicletinho e de repente fazer uma bola. Não viajará de férias sem que tenha um paparazzi examinando sua forma física. Engordar só será permitido para gerar um herdeiro, de preferência homem, cuja educação você pouco fará parte.
Sua vida será regida por este amor, tudo girará em torno das suas vontades que melhor se encaixam na vontade de seu povo. E você?
Viverá no luxo, dormirá em lençois engomados, não vai precisar nem pegar um copo d'água. Lembrar o dia de pagar uma conta? Nunca mais este mundo irá te pertencer. Seu nome entrará para os livros de história e a partir de agora você se tornará uma instituição e não mais uma pessoa com o direito de ir e vir, berrar e chorar, rir e gargalhar.
Sempre quis ser uma princesa como toda menina e hoje agradeço aos livros de conto de fadas que terminam suas histórias no dia do casamento com um singelo "felizes para sempre". Isso nos conforta, ameniza os percalços que a princesa irá passar daqui por diante, pois ser feliz para sempre com tantos nãos, etiquetas, cerimoniais, rituais e restrições não deve ser fácil, tenho certeza que eu tropeçaria já na igreja seja na barra do vestido ou no véu de 20 metros ou ainda estaria de porre comemorando (rsrsrs) dando um beijo e um abraço com o rímel escorrendo na Rainha".

Fonte: passei dos trinta.blogspot.com

Ana Claudia Andrade

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sempre Drummond...

Recebi por email de uma amiga e decidi publicar...
Boa semana a todos!!



“VIVER NÃO DOÍ

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade..

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.”

(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Minha vida num papel.





Esta semana aconteceu um fato inédito na minha vida!
Fui indicada para dar aulas de dança em uma escola, a proprietária entrou em contato comigo, conversamos um pouco. Saí para trabalhar e quando cheguei em casa vejo um recadinho ao lado do telefone com a letra da minha mãe escrito o email da mesma mulher e um recado: "para você mandar seu CV".
?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!
A frase acima escrita foi a minha reação.
Não me levem a mal mas eu nunca tive que fazer meu CV, estou acostumada a ser indicada e sempre muito elogiada por quem me indica. Não tenho nada contra escrever todo seu aprendizado em um papel para que te conheçam melhor mas estou acostumada a já ter o meu trabalho conhecido. Mas enfim... sentei no computador para escrever o dito cujo do CV...

Mas como explicar?
Como explicar que metade da minha vida foi dedicada a dança? Que dar aula pra mim é mais que um trabalho é uma paixão sem a qual eu não consigo viver? Como explicar que foi a dança que me salvou de mim mesma, de uma vida medíocre,  de uma família e existência infeliz, de um casamento desfeito e que quando o mundo estava desabando na minha cabeça o único lugar onde eu encontrei paz foi dentro de uma sala de aula? Que foi a dança que trouxe as pessoas mais queridas que fazem parte da minha vida, minhas melhores amigas, minhas mais fortes amizades?  Como escrever que foi dançando que conheci lugares maravilhosos e horrorosos, que acabei conhecendo mais a vida e o ser humano, que é dançando e dando aulas que sinto uma felicidade que acho que nunca sentirei na vida, que dar aulas para mim é mais que um trabalho, é uma devoção, um sacerdócio? Como explicar que a cada movimento que ensino para uma aluna sinto como se eu estivesse ensinando meu próprio filho a andar? Como explicar metade de uma vida de dedicação, como escrever uma vida que só se tornou inteira quando eu comecei a dançar?

Não encontrei nenhuma resposta para minhas perguntas. Fiz o CV como se deve fazer mesmo, nome, endereço, data de nascimento,  com quem estudei, quais cursos fiz, experiência profissional etc, etc...
Espero que em alguma letra que ela leia esse amor todo que tenho pelo meu trabalho extravase e ela consiga percebê-lo e mesmo que muito inconscientemente, possa sentí-lo também.

Ana Claudia

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Coelhinho da Páscoa o que trouxestes pra mim?

Em um feriado que para mim estava tão morno e com a certeza de continuar da mesma forma acabei ganhando um presente do coelho da Páscoa...
Uma caixa de chocolates acompanhadas dos seus beijos e abraços. De brinde aquelas conversas sérias mas recheadas de piadas e risadas que costumávamos ter. Fofocas da vida alheia, últimos acontecimentos do bairro, do mundo, do trabalho e a constatação entre risos e piadas de estarmos ficando velhos apesar de parecer que foi ontem que nos vimos pela primeira vez.
O que será amanhã? Eu não sei, você com certeza também não sabe pois isso não pertence a nós. Sem demagogias ou falsas promessas, mas com alegria. O presente é um presente então cabe a nós celebrá-lo, sem pensar no amanhã, apenas penso nas rodas e voltas que a vida dá e o que ela nos dá a cada dia vivido...

Ana Claudia

sábado, 23 de abril de 2011

Para refletir um pouquinho...

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." Platão


Li esta frase no facebook da minha prima e tive que colocar neste post porque ela me levou a pensar um pouco. E porque não refletir um pouquinho sobre as nossas escuridões e abismos pessoais? Aquilo que olhamos de longe, e que verdadeiramente nos assusta. E também olharmos um pouco para as nossas redenções que como os mais profundos abismos nos assusta da mesma maneira. O medo da entrega, o medo do novo, o medo da luz do nosso divino e do salto quântico para a plenitude da vida.
Qual é a luz que te assusta?
Qual o abismo escuro que te atormenta?
Parafraseando Paulo Coelho: "Senhor, não tenho medo da morte mas não quero perder a vida, tenho medo do amor porque ele envolve coisas que a mente humana desconhece. Sua luz é imensa mas sua escuridão me assusta." Não curto o autor mas acho esse pequeno texto dele muito bom e verdadeiro.
Acho que o amor é a maior luz, o maior abismo e a maior escuridão que um ser humano pode experimentar.

Ana Claudia




quinta-feira, 21 de abril de 2011

Virada Cultural?!? Melhor Oficina dos Menestréis!!

O que eu penso da Virada Cultural:
Acho que com este evento a prefeitura obedece ao ditado pão e circo para o povo. Sou contra um evento destes. Gasta-se uma soma absurda e coloca-se a arte na rua de graça para o povo. Pra que? Pra ver um monte de gente bêbada sem um pingo de noção de civilidade batendo uns nos outros e jogando lixo na rua. Sou da opinião que as pessoas precisam pagar (nem que seja um valor simbólico) pra ter qualquer coisa. Tudo que é de graça não tem valor. E me desculpe, mas quem não apreciou o mínimo de arte durante a vida toda não vai aprender a gostar de algo em uma madrugada. O que me conforta é que pra abrir o coração das pessoas um evento desses é o pontapé inicial. Quem teve a semente plantada na alma vai procurar outras coisas pra apreciar. Mas continuo achando que Bolsa Família e Virada Cultural são o pão e o circo do povo igual a Roma antiga. Mas vamos lá...

Alguém conhece a Oficina dos Menestréis? Se ainda não conhece aconselho a ir em alguma peça deles. A oficina é uma escola de teatro que funciona no Teatro Dias Gomes próximo ao Metrô Ana Rosa. Além das aulas regulares de teatro eles tem dois projetos de inclusão social que dão aulas de teatro para a terceira idade e para deficientes físicos.



Neste último sábado eles apresentaram o musical 'A Mansão de Miss Jane'. Eu já tinha assistido antes e fui de novo de tão maravilhoso que é. A peça conta a história de uma senhora viúva (Miss Jane) que é meio surda e mora em sua mansão na companhia de sua governanta Conchita. O que ela não sabe é que a mansão é habitada por todas as criaturas de filmes de terror (Drácula, Norman Bates do filme Psicose, o Homem do Saco, Elvira, a rainha das trevas, Lobisomem, a Loira do banheiro, a Possuída do Exorcista etc...) e que o acordo deles é não matar nenhuma das duas. O que acontece é que a prefeitura quer tomar a casa e as assombrações decidem fazer um musical e transformar a velha mansão em uma casa de terror pra arrecadar dinheiro. Tudo isso com uma banda ao vivo e embalado ao som do bom e velho rock and roll com direito a uma versão maravilhosa e engraçadíssima de uma música do Queen contando a história da Múmia que sonha em ir pra Broadway e um show engraçadíssimo do Norman Bates e da Conchita fazendo um amante Latino ao som de uma música do Sidney Magal. Hilário!!!!

Já conhecia a Oficina dos Menestréis porque já fiz espetáculos no Teatro Dias Gomes, mas conheci as peças deles através de uma aluna que participa da escola de teatro junto com o marido. Aliás, os dois estavam maravilhosos em cena (ele de Norman e ela de Elvira rainha das trevas)!!

Bom, é isso. Na minha opinião não é gastando uma quantia astronômica e dando uma madrugada de zueira na cidade inteira que as pessoas apreciarão algo, mas permitindo o contato constante das pessoas com a arte que criaremos uma sociedade mais civilizada, mais produtiva e menos desigual.
Sabe quanto foi o ingresso? R$20,00!! Quem quiser comprar com desconto é só imprimir um cupom no site. E quem acha que tem um ator adormecido dentro de si é só ir lá!!
www.oficinadosmenestreis.com.br

Depois do teatro ainda festa de aniversário no nosso QG oficial com todos os amigos reunidos. Quer coisa melhor? Melhor que ter amigos só mesmo estar na companhia deles!!


Ana Claudia

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Depois da sexta feira 13...

Bom, depois da sexta feira 13 que eu tive recebi um presente!
Minha amiga que casou e foi morar nos USA estava aqui no Brasil de visita e nos encontramos. Como é bom matar as saudades, estar perto de quem gostamos e dar umas boas risadas!!
Passei a noite da bendita sexta feira em outra vibe, me diverti, dei risada e matei saudades e relembrei histórias mega engraçadas do QG ao lado da minha amiga...
Fer já estou com saudades de novo!!

Ana Claudia 

Sexa feira 13 em pleno dia 15



Sexta feira passada dia 15 de abril. Pra mim foi uma sexta feira 13 daquelas!!!
Sabe aquele dia em que tudo dá errado? Aquele dia em que você para e pensa: "Puta que pariu porque eu saí da cama? Pois é, esse dia caiu bem na minha cabeça sexta feira passada...

Tudo deu errado!! Acordei com torcicolo e o pescoço duro, minha xícara de café virou no sofá logo cedo, fui puxar minha roupa da cama e tomei um arranhão da minha gata, fui tentar resolver umas cópias de cd (coisa ridícula que eu sempre fiz) e os três computadores da casa pifaram e não faziam cópia de nada. Minha mãe não fez comida e eu fiquei com fome! Levei o cd que eu precisava copiar numa loja que arruma computadores aqui perto, sentei na cadeira, conversei com o moço e comecei a chorar. E bingo!! Ele não conseguiu fazer a cópia pra mim. Tentei fazer um ajuste de uma roupa de uma cliente que também não estava dando certo, e acabei constatando que a menina engordou dez quilos e o "pequeno ajuste" seria mais de um palmo da minha mão!!!


Entrei no carro e comecei a chorar. Tive vontade de me descabelar, quebrar o carro todo. Mas não!! Tive um pensamento infame:
"PRECISO DE GORDURA TRANS AGORA!!!"
Rumei a toda com o meu carro para o Pão de Açúcar aqui perto. Pra quem não sabe essa rede tem uns cafés dentro da loja que são super charmosos, tem até sushi pra vender! E como eles propagam a vida feliz e saudável tudo lá é light, livre de gordura e com baixo carboidrato.
Encostei no balcão e o atendente todo solícito:
Boa tarde! A alternativa light de hoje é sushi de não sei o que com não sei o que mais e água de coco e frutas da estação e... foi interrompido por mim: uma loira louca com uma nuvem negra emitindo raios logo acima da cabeça que falou quase gritando:
Eu não quero nada light!!! Quero um sanduíche com muita gordura e um refrigerante que não seja zero!!!
O moço assustado correu e voltou segundos depois com um sanduíche pseudo-natural. Digo pseudo porque tinha quatro dedos de queijo provolone dentro. Olhei pro lanche que era quase do tamanho do meu braço e pensei: FODA-SE!! É isso mesmo que eu vou comer!!


Comprei o lanche, pedi um zilhão de saches de catchup e um refrigerante. Tirei a alface e o tomate de fora só de raiva e comi tudo. Tomei o refrigerante em duas talagadas. Uma mulher que estava comendo um sushi próximo da minha mesa me olhou escandalizada. Mirei a madame de alto a baixo vestida naquelas roupinhas de academia em plena metade da tarde e pensei: Essa vaca não deve fazer porra nenhuma o dia inteiro e tá me olhando com essa cara de nojo?!? Vai se foder!! Seu poodle de madame!! Depois de pensar tudo isso, olhei pra mademe, sorri e disse super simpática: Você comeria tudo isso e mais um pouco se tivesse o dia que eu estou tendo. Ela sorriu complacente e disse que entendia. Com certeza o pensamento dela foi: gorda ridícula!! O meu foi (sem nenhuma censura): poodle acéfalo!!! Não contente ainda, saí do mercado e fui até a banca de jornal ao lado, comprei uma trufa do tamanho da palma da minha mão e comi inteirinha dentro do carro. Comi até lamber o papel. O chocolate nem era tão bom mas o recheio de maracujá estava divino!!

Depois disso eu já estava cansada demais para emitir qualquer reação diante de qualquer problema que aparecesse na minha frente.  Tudo que eu consegui foi ligar o carro e o foda-se,  ir pra casa e responder foda-se pra minha mãe quando ela me perguntou o que eu ia fazer com tudo aquilo que não estava dando certo. Deitei no sofá e dormi o sono dos justos e ao acordar atrasada pra dar aula constatei que o ditado que minha sábia avó falava era a coisa mais verdadeira do mundo:
Estar com um problema é ruim, estar com um problema e com fome então é pior ainda!!!

Sei que a reação que eu tive foi péssima e só pra mim. Nenhum dos causadores dos meus problemas (eles existem, são pessoas e não computadores creia-me) foi responsabilizado pela dor de cabeça que eu tive o dia inteiro e nem serão. Sabe porque? Porque nessa sociedade de merda temos que preservar a política da boa vizinhança e muitas vezes temos que calar a boca pra não perder outras coisas que entram no jogo. Sei que se um psicólogo visse a minha reação ia no mínimo me mandar pra terapia pois não podemos descontar em nós mesmos (principalmente em comida) nossas raivas e tristezas. Mas sinceramente foi a maneira mais rápida e eficaz de extravazar minha raiva por ser muitas vezes sacaneada e ter que fazer cara de paisagem e fingir que não estou vendo.

Rola um confesso? Eu vejo sim!! E muitas vezes quando você está me sacaneando e eu estou sorrindo estou mandando você pro inferno em meus pensamentos!! E mais, posso não falar nada por agora mas como diz uma amiga minha: um dia da caça e outro do Ibama!!





Me aguardem!!

Ana Claudia


sábado, 9 de abril de 2011

Família que enlouquece unida... permanece em surto unida!!!





Agora um post fast fun como eu sempre digo...
Estou aqui a fazer um balanço da vinda da minha irmã dos USA pra cá pras terras tupiniquins e suas consequências em nossa vida e rotina.
Eu aprendi e revivi várias coisas boas e ruins ao mesmo tempo. Vi e revivi minha família reunida em torno da mesa (com risada e brigas ao mesmo tempo), o hospício a mil por hora e minha mãe tentando sem sucesso manter a casa em ordem já que a minha irmã é uma doida varrida bagunceira de marca maior. Aprendi a beber whisky Double Black (não existe aqui no Brasil) e rola um confesso? É uma delícia!!  Um dos melhores que eu já tomei na vida!! Aprendi o caminho para o aeroporto de Cumbica (eu sempre me perdia pra ir pra lá), agora eu conheço cada buraco na pista e cada radar do trajeto inteirinho!! Ganhei um I-Pod e ainda não consegui mexer direito.

Nesta estadia da minha irmã desempenhei a maior variedade de funções: analista, nutricionista, médica, motorista, tradutora e intérprete, assistente de assuntos aleatórios, arrumadeira, faxineira, GPS humano, lavadora de pratos, garçonete, carregadora de malas entre tantas outras. Como eu trabalho uma boa parte do tempo em casa, acabei tendo a minha rotina totalmente mudada por esses hóspedes.

Mas estranho... Esses dias ninguém me acordou pulando em cima da minha cama, não ouvi gritos por coisas que foram perdidas e que estavam bem debaixo do nariz, não tropecei em nenhuma mala ou sapato jogado pela casa, não entrei no banheiro e vi uma bagunça de dar dó. Não fiquei nenhuma noite sem dormir porque ninguém dorme nessa casa a começar pelos hóspedes. Não fiquei que nem uma barata tonta falando do português para o inglês e vice versa. Não me senti uma idiota procurando minhas coisas que estranhamente não estavam no lugar onde eu tinha deixado. Ninguém tem me chamado pelo apelido ridículo de Ana Caucau (argh!!). Não dei aulas de português para nenhum estrangeiro e nem me senti envergonhada por apresentar a ele um país onde as pessoas moram na favela e não tem nenhum dos seus direitos assegurados.

Quando você estava indo embora me perguntou se eu ia sentir saudades. Eu disse que não com a cabeça. Rola um confesso? Mentira, a mãe está usando o seu perfume, toda vez que sinto o cheiro tenho vontade de te abraçar e o que mais sinto no peito é uma saudade enorme de vocês.

Ana Claudia

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A sociedade de Mr Hide





Bom, acho que não dá pra colocar um post engraçado como eu tanto gosto, aquele fast fun como eu digo pras minhas alunas sem ao menos emitir uma opinião sobre o que aconteceu ontem no Rio de Janeiro, na escola do bairro Realengo.
Vi e li várias pessoas na internet exclamando sua indignação e protestando contra os atos cometidos. E com toda razão!! Essa é uma barbárie que eu sempre disse que jamais teríamos no Brasil devido às diferenças de sociedade americana e brasileira. Rola um confesso? Estou agora me questionando quanto à verdade dessas diferenças...

Rola um confesso mais profundo? Me sinto no livro "O médico e o monstro." Parece que as pessoas estão deixando aquele lado obscuro e assustador igual ao Mr Hide aparecerem em sociedade para dar o ar da graça. É legal derrubar o cara que trabalha com você, trapacear e passar por cima de qualquer coisa pra conseguir o que se quer, dar uma bola pro guarda que tá querendo te multar. E a cereja do bolo é uma manchete dessas que agora deixa a sociedade estarrecida: um cara entra numa escola, mata um monte de crianças e se mata no fim. E toda a imprensa deitando e rolando em cima de uma carta que ele deixou pra ganhar um pouco mais de audiência, coisa tão concorrida na imprensa, (nada tenho contra o jornalismo, aliás é graças a ele que temos vários crimes de gente grande e colarinho branco vindo ao conhecimento da população. Mas do jeito que anda está um pouco exagerado não?)
Uma pergunta que ninguém me respondeu com uma expressão de opinião até agora é a seguinte: quem cria um ser doente assim? Eu mesma vou responder.

Quem cria um psicopata assim somos nós mesmos. Somos nós, mães, pais, professores relapsos, somos todos nós membros de uma sociedade que por si só é corrupta e que dita as normas pelo ter e não pelo ser. Quem cria um filho assim? Nós, todas as mulheres da sociedade a partir do momento em que um filho volta pra casa vitorioso dizendo que bateu em alguém ou que o humilhou e nós lavamos as mãos porque a criança não está ferida. É muito mais fácil lavar as mãos do que averiguar porque o seu filho ou seu irmão jogou uma outra criança na lata do lixo. É por isso que eu digo que atrás de cada vitorioso existe um ser oprimido. O resto da história acompanhamos no noticiário. Mais um Mr Hide debutando numa sociedade patética que só tranca a porta depois de roubado. 

Daqui a um mês será outro Mr Hide debutando, a imprensa noticiando, a sociedade se indignando, e dentro de casa falando para o próprio filho: Se voltar pra casa chorando porque brigou na escola vai apanhar o dobro! E esse será um forte candidato a sofrer as penas da lei Maria da Penha, e assim esse ciclo vicioso nunca se romperá. E os nomes das crianças de ontem? Ah!! Isso ninguém mais lembrará. Porque além de ser corrupto, indolente e relapso nosso país sofre do mal de Alzheimer, não tem memória. Nesse crime hediondo, todos nós temos as mãos sujas de sangue e devemos nos sentir falhos como cidadãos na brilhante tarefa de conviver civilizadamente em sociedade.

Lembrei de uma frase agora: "O homem é como a lua, tem uma face oculta que não mostra a ninguém."
Será?????
Pronto, desabafei.

Ana Claudia


terça-feira, 29 de março de 2011

Outra confusão de loira



A loira está curtindo um sábado de silêncio dentro de seu apartamento, coisa que há muito tempo não acontecia... Toma um café, dá uma lida nas suas poesias, escreve mais uma e vai tomar um banho. Lavar o cabelo e a alma neste dia de silêncio! Que delícia!!
A loira olha um pote de creme importado de sua mãe na prateleira do banheiro. De olho comprido já pensa: "_Hum, vou fazer uma máscara no cabelo". A voz da consciência bem que a adverte quanto a usar as coisas dos outros sem pedir. Mas seria muito egoísmo da sua mãe negar uma mão de creme!!! Só porque é importado?? Ah! Me poupe! 
Enfia a mão no pote de creme, enche a mão e espalha o creme com todo o gosto. Já até imagina o efeito maravilhoso que aquele importadinho que começa com a letra "K" vai fazer no seu cabelo (toda mulher sabe que qualquer creme que começa com essa bendita letra é responsável por um belo desfalque na conta).
Mas que estranho... O creme é diferente! A loira ainda dá uma esfregada na cabeça pra espalhar melhor mas mesmo assim parece diferente, tem um cheiro estranho... Minha Nossa Senhora que creme é esse?!?!
Enfim, depois de duas horas dentro do banheiro, dois vidros de shampoo a menos pra tirar aquela gosma que ficou na cabeça e condicionador então nem se fala, a loira senta no sofá exausta. Nunca viu uma coisa daquelas que não saía da cabeça nem com reza brava!
O silêncio do apartamento é interrompido por sua mãe que ao vê-la já é bombardeada pela pergunta:
"_Mãe, o que tem naquele potinho de "K" no box do banheiro?
A mãe calmamente responde:
"_Ah, você usou? É uma mistura de hipogloss, minâncora e água oxigenada 20v... É ótimo para a hidratação dos pés"...
A loira olha tristemente para o seu cabelo ainda com resquícios da infame mistura. O cabelo está com uma aparência assim: uma mistura da peruca do Bozo com sebo depois de um choque elétrico de um zilhão de volts. Tem vontade de avançar na mãe. Como que ela não escreveu algo do tipo NÃO USE PORQUE NÃO É PRA CABELO no rótulo?! Depois de respirar fundo e dominar a vontade esganá-la viva, a loira conta o que aconteceu e que usou o dito cujo do creme no cabelo.
A mãe depois de rir um pouquinho e examinar a cabeça da filha respode:
"_Isso é pra você aprender a não usar o que não é seu e se quiser algo pedir antes".
Bom, lição dada, lição aprendida!!!
Pode rir, fui eu quem fez isso no último sábado. E a fotinho acima é da peruca que comprei pra usar depois que meu cabelo cair inteiro ou eu tiver que cortar pra tirar todo esse sebo que ainda está nele!!!

Ana Claudia

sexta-feira, 25 de março de 2011

Al Qaeda queria explodir o Cristo Redentor!!!

Não sei se alguém conhece mas como toda vez que leio esse texto quase morro de rir decidi publicá-lo... Divirtam-se!!

Mensagem por Real World em Seg 27 Out - 21:50
Al Qaeda queria explodir o Cristo Redentor

Documentos mantidos em sigilo pela Polícia Federal do Brasil revelam que a Al Qaeda, de Osama Bin Laden, ordenou a execução de um atentado no Brasil. O alvo da ação seria a estátua do Cristo Redentor, um dos símbolos mais conhecidos do Rio de Janeiro.
Bin Laden destacou dois mujahedins para o seqüestro de um avião que seria lançado contra a "estátua-símbolo dos infiéis cristãos".

Os registros da Polícia Federal dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Rio no domingo, 08 de outubro, às 21h47m, num vôo da Air France.
A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada, seguindo num vôo para o Paraguai.
Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e dificuldade de comunicação em virtude do inglês ruim, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionários da Infraero a voltar no dia seguinte, com intérprete. Os dois terroristas apanharam um táxi pirata na saída do aeroporto, sendo que o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou duas horas dando voltas pela cidade, até abandoná-los em lugar ermo da Baixada Fluminense.

No trajeto, ele parou o carro e três cúmplices os assaltaram e espancaram. Eles conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em cintos próprios para transportar dinheiro e pegaram carona num caminhão que entregava gás.

Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treinamento de guerrilha no Afeganistão, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel de Copacabana.
Alugaram então um carro e voltaram ao aeroporto, determinados a seqüestrar logo um avião e jogá-lo bem no meio do Cristo Redentor. Enfrentam um congestionamento monstro por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve - e ficaram três horas parados na Avenida Brasil, altura de Manguinhos, onde seus relógios são roubados em um arrastão.

Às 12h30m, resolvem ir para o centro da cidade e procuram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares. Recebem notas de R$ 100 falsas, dessas que são feitas grosseiramente a partir de notas de R$ 1.

Por fim, às 15h45m chegam ao Tom Jobim para seqüestrar um avião. Os pilotos da VARIG estão em greve por mais salário e menos trabalho. Os controladores de vôo também pararam (querem equiparação com os pilotos). O único avião na pista é da Transbrasil, mas está sem combustível.
Aeroviários e passageiros estão acantonados no saguão do aeroporto, tocando pagode e gritando slogans contra o governo.
O Batalhão de Choque da PM chega batendo em todos, inclusive nos terroristas.
Os árabes são conduzidos à delegacia da Polícia Federal no Aeroporto, acusados de tráfico de drogas, que tiveram plantados papelotes de cocaína nos seus bolsos.

Às 18 horas, aproveitando o resgate de presos feito por um esquadrão de bandidos do Comando Vermelho, eles conseguem fugir da delegacia em meio à confusão e ao tiroteio.
Às 19h05m, os muçulmanos, ainda ensangüentados, se dirigem ao balcão da VASP para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes vende os bilhetes omite a informação de que os vôos da companhia estão suspensos.
Eles, então, discutem entre si: começam a ficar em dúvida se destruir o Rio de Janeiro, no fim das contas, é um ato terrorista ou uma obra de caridade.
Às 23h30m, sujos, doloridos e mortos de fome, decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sanduíches de churrasquinho com queijo de coalho e limonadas.

Só na terça-feira, às 4h35m, conseguem se recuperar da intoxicação alimentar de proporções eqüinas, decorrente da ingestão de carne estragada usada nos sanduíches. Foram levados para o Hospital Miguel Couto, depois de terem esperado três horas para que o socorro chegasse e percorresse os hospitais da rede pública até encontrar vaga. No HMC foram atendidos por uma enfermeira feia, grossa, gorda e mal-humorada. Debilitados, só terão alta hospitalar no domingo.

Domingo, 18h20h: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio do Maracanã. O Flamengo acabara de perder para o São Paulo, por 6x1. A torcida rubro-negra confunde os terroristas com integrantes da galera adversária (que havia ido de Kombi ao Rio) e lhes dá uma surra sem precedentes. O chefe da torcida é um tal de "Pé de Mesa", que abusa sexualmente deles.

Às 19h45m, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo, em especial na área proctológica. Ao verem uma barraca de venda de bebida nas proximidades, decidem se embriagar uma vez na vida (mesmo que seja pecado, Alá que se f(*)!). Tomam cachaça adulterada com metanol e precisam voltar ao Miguel Couto. Os médicos também diagnosticam gonorréia no setor retofuricular inchado (Pé de Mesa não perdoa!).

Segunda-feira, 23h42m: os dois terroristas fogem do Rio escondidos na traseira de um caminhão de eletrodomésticos, assaltado horas depois na Serra das Araras. Desnorteados, famintos, sem poder andar e sentar, eles são levados pela van de uma ONG ligada a direitos humanos para São Paulo.
Viajam deitados de lado. Na capital paulista, perambulam o dia todo à cata de comida. Cansados, acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja no Centro.

A Polícia Federal ainda não revelou o hospital onde os dois foram internados em estado grave, depois de espancados quase até a morte por um grupo de mata-mendigos. O porta-voz da PF declarou que, depois que os dois saírem da UTI, serão recolhidos no setor de imigrantes ilegais, em Brasília, onde permanecerão até o Ministério da Justiça autorizar a deportação dos dois infelizes, se tiver verba, é claro.

Os dois consideraram desnecessário terrorismo no Brasil e irão sugerir um convênio para realização, no Rio e São Paulo, de treinamento especializado em caos social para o pessoal da Al Qaeda.
 
Autor desconhecido
 
  

Praticando português

Meu cunhado tem se esforçado para se comunicar com todos nós em português. Na festinha que fizemos na semana passada ele foi todo feliz conversar con uns amigos da minha irmã:
"_ Vocês querem cerveja? "

Ao que todos responderam: Siiiim!!!

Aí veio a cereja do bolo:
"_ Com alcú ou sem alcú?" 
Tradução: Com álcool ou sem álcool?

Nem preciso retratar aqui a reação de um pessoal que só estava esperando um motivo pra fazer uma chacota né...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
E o coitado sem entender nada...
E um débil mental de um amigo nosso ainda respondeu mas não vou escrever o que porque esse blog é de família... Ou pelo menos esse post! rsrsrsrsrs...
Daniel desculpa mas essa eu tinha que publicar!!!

Ana Claudia

O hóspede do hospício

Caramba quanto tempo sem escrever!! Estava sentindo muita falta disso mas as condições alarmantes do manicômio Nilo Torres não me permitiam que eu o fizesse. Hoje, aproveitando que todos os internos desapareceram vamos colocar as escritas em ordem. Vamos falar sobre meu cunhado...
Trabalhei em empresa americana durante um tempo e aprendi a detestar americanos em geral. Todos do mesmo tipo: arrogantes, prepotentes e como sempre achando que aqui é o quintal deles. Aqui eles aproveitam para encher a cara, pegar prostitutas, enfim... tudo que eles não fazem na terra deles onde o único programa que existe é a Igreja. Pra ajudar também nunca gostei muito dos namorados da minha irmã. Ou eram moleques presunçosos (minha outra irmã vai concordar comigo) ou eram uns idiotas almofadinhas. Mas vamos lá...
Confesso que fui muito bem surpreendida com o Daniel (este é o nome dele). Uma pessoa simples, sem arrogância nenhuma, que se esforça pra falar português (vocês devem saber que isso é raro) e extremamente feliz em conhecer a minha família. Ouvi várias vezes ele dizer o quanto estava feliz por estar aqui e conhecer nossa família, nossos hábitos e costumes. Rapidinho aprendeu a se comunicar com a minha mãe que não fala inglês, falando da roupa suja e outras coisas. Conversando com ele (ele adora conversar e eu então nem se fala!) me surpreendi ao conhecer uma pessoa tranquila, segura de sua escolha por ter se casado. Em suas palavras:
"_ Eu era uma pessoa preguiçosa antes de conhecer a sua irmã. Não tinha planos, não pensava no amanhã, parecia que minha vida escorregava nas mãos. Gosto dela do jeito que ela é, e percebi que é familiar, vocês dizem o que pensam e não deixam a vida passar. Me apaixonar por ela me fez ser um homem melhor e ter uma vida melhor. Muitas vezes ela me deixa louco, e eu também a enlouqueço de vez em quando."
Fiquei muito feliz porque constatei uma coisa: minha irmã também se tornou uma pessoa melhor com ele. É muito bom ver os dois fazendo planos, ele todo feliz andando no meio da nossa família na festa que fizemos no último domingo. Um amigo nosso disse que ele é um santo por aguentar a minha irmã (em partes eu concordo e já disse isso a ele), mas na verdade acho que os dois são santos por serem melhores quando estão juntos e ainda se divertirem com isso. E no bater dos ovos tem que se divertir junto e dar risada mesmo. Quer coisa mais preciosa que essa?

Ana Claudia  

terça-feira, 15 de março de 2011

Almoço no manicômio

 Já disse que gosto de almoçar em um ambiente tranquilo e em paz de preferência sem telefones tocando e interrupções? Pois bem...
Acordo tarde. Já perdi a hora da caminhada. Bom, dane-se, daqui a pouco eu vou pra academia. Enquanto me arrumo ouço minha irmã (a que veio de viagem) falar que vai com meu pai ao banco. Que ótimo! Vou ter um pouquinho de sossego... rsrsrs
Meu pai chega e quando estou quase na porta de saída começo a ouvir uns gritos. Minha irmã perdeu o passaporte junto com outros documentos. Volto pra trás e vejo as gatas (Cocó, Mozinha e Monego)correndo ensandecidas da minha irmã que como uma desvairada revira tudo a sua volta. Minha academia já era, que legal!! Aí começa uma força tarefa a procura do dito cujo do documento.
Meu pai reclama que já está atrasado e sai com ela pra procurar os documentos na casa dele. Enquanto ela chora e esperneia na porta do elevador falando que não vai mais conseguir sair do país eu tento raciocinar. Onde foi parar aquela merda? Refiz nosso trajeto da última vez que a vi com os documentos. Fui com ela ao banco e depois a uma lan house para imprimir um papel. Ligo pra eles e aviso para irem para a lan house.
Durante um tempo o silêncio reina sobre a desordem que ela fez, em meia hora recebo uma ligação do meu pai dizendo que estava realmente na lan house. Aleluia! Mil almas saíram do purgatório! Depois ouço o aviso: _Estou indo almoçar aí na sua casa. Descobri pra onde as almas foram, e garanto que não foi para o Céu...
Eles já chegam ensandecidos, minha irmã morta de fome e como sempre atrasada pra fazer outra coisa e meu pai enlouquecido porque está atrasado, porque tem que trabalhar, porque nessa casa nunca tem comida, porque ele vai viajar na sexta com a minha irmã e vai levar o carro da outra irmã e eu tenho que deixar meu carro com ela (o que eu tenho a ver com isso?), porque eu poderia arrumar meu farol e seta que estão quebrados (aí sobrou pra mim), porque isso é um absurdo. Minha irmã começa a me perguntar como chegar na Vila Madalena, minha mãe correndo de um lado pro outro pra colocar a comida na mesa. O telefone toca e a minha tia está chamando a família pra almoçar lá na quinta que é o dia em que meu cunhado chega. Penso nele e tenho pena, mal ele sabe o que vai encontrar em terra brasillis quando desembarcar na quinta feira... Família de malucos! Não consigo comer em paz neste ambiente!  As sobremesas começar a pousar na mesa: mousse, pudim, ambrosia... Aí já é sacanagem! Enquanto reclamo do monte de doces minha irmã tranquilamente responde que eu sou maluca. A costureira ligou, puta que pariu tinha esquecido de levar os tecidos pra ela! Ai meu Deus não consigo nem raciocinar com todo mundo falando ao mesmo tempo...
E enquanto o almoço corre neste ambiente tranquilo, acolhedor e edificante fico pensando: que família mais linda! Um almoço assim tem propriedades terapêuticas para o corpo e para o espírito! E enquanto desfruto dessa reunião super civilizada neste ambiente mais civilizado ainda faço uma constatação: um almoço com minha família é uma refeição no manicômio...  
E aí vai uma saladinha???

Ana Claudia

sexta-feira, 11 de março de 2011

Ausência temporária

Caríssimos, sei que dei uma abandonada geral no blog mas como eu escrevi num post atrás minha irmã chegou dos Estados Unidos e isso mudou minha rotina completamente. Mas fiquem tranquilos que enquanto estou curtindo esses dias "happy family" também estão acontecendo várias coisas que renderão posts engraçadíssimos!
Não é porque não estou escrevendo que não estou lendo... Posso não estar deixando cometários mas estou lendo todas as atualizações de vocês Letícia, Chuck e Alex B.
Acho que consigo voltar em vinte dias.

Ana Claudia

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Confusões de uma loira e seu celta preto...







Confusão 1:

A loira vai ao mercado. Ao sair percebe que está chovendo aos cântaros. Olha para o seu carro e dá graças a Deus por ter estacionado em uma vaga coberta. Corre até lá e enquanto tenta abrir o carro um cara aparece e diz:
_E aí gata quer uma carona?
Ainda bem que seu olhar não fala, porque ia dizer isso:
_ Vai se f*&¨%$!! Gente metida a besta, acha que pode sair abordando qualquer uma até no mercado?!? Estou cansada, com fome, trabalhei o dia inteiro que nem uma desgraçada, nem no mercado tenho sossego??? Não vou sorrir pra você Sr Dom Juan do Pão de Açúcar! Vai pro inferno!!!
E volta à porta do carro que ela não entende porque mas a chave não está funcionando.
Notando o olhar de desprezo da moça, ele faz a mesma pergunta e emenda:
_ É que você está tentando abrir o meu carro...

Neste instante ela respira fundo e tem vontade de morrer. E se arrepende de não ter nascido com super poderes. Se tornar invisível naquela hora seria uma boa saída depois de ter sido tão arrogante com o rapaz. Ela olha mais a frente e vê seu carro, ao lado do que ela estava tentando arrombar (rsrsrs) debaixo daquela chuva torrencial. Quis morrer de raiva e de vergonha. Pediu desculpas ao rapaz meio que olhando para o infinito e saiu correndo. 

Confusão 2:

A loira estaciona seu carro na porta do trabalho. Mas lá as vagas são poucas então os carros ficam uns atrás dos outros. Ela entra pra reunião. Alguém chama o proprietário do celta preto. Chamaram, gritaram, se esgoelaram e só faltaram chamar a polícia pra achar o dono do veículo. Depois de muito chamar a loira finalmente entendeu que era ela a dona do celta preto que estava sendo chamada desesperadamente...
Novamente lamentou o fato de não ser mutante e vermelha que nem uma cereja foi retirar seu carro e pedir desculpas para o pobre coitado que ficou duas horas esperando. Disse que estava no banheiro passando muito mal. O cara entendeu, ela não teve coragem de dizer que em vez de celta preto a loira estava entendendo: o céu tá preto...

Pode rir à vontade, a autora das duas peripécias acima fui eu mesma!

Ana Claudia

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Nossa história

Eles se conheceram em meados de 98. Em um bar bem podrinho que freqüentava junto com uma amiga de colégio ele também freqüentava com o melhor amigo. No começo ela nem quis ficar com ele mas acabou sendo agarrada depois de a amiga ficar com o amigo. Teve início aí uma história que teria tudo para ser amarga mas foi uma das passagens mais marcantes de sua vida.
Depois de algum tempinho juntos onde ela bem inocente não tinha entendido muito bem certas ausências ele acabou contando que tinha uma namorada. Ela, que já estava bem envolvida passou uns dias chateada, mas depois de entender que estava envolvida e queria viver aquilo topou consigo mesma a aventura, consciente da luta inglória que seria, decidiu não pedir nada, mas viver o momento e que o amanhã se fizesse por si mesmo.
A paixão avassaladora durou dois anos. E terminou da maneira mais inocente e honesta que pode existir. Ele, que estava há um tempinho ausente ligando de novo e chamando pra sair e ela toda felicidade transbordando pelos poros falando que tinha uma novidade: estava apaixonada por um outro alguém. Um cantor de seu meio de trabalho. Ele desejou felicidades, ela agradeceu e desejou a mesma coisa. E era a mais pura verdade. Ela estava tão feliz que não queria que um só ser no mundo estivesse menos feliz que ela, inclusive ele.
Terminava o caso mas não terminava a proximidade entre os dois. Se ligavam de vez em quando, para saber como andava a vida. Ele casou, ela ficou sabendo; ele foi pai, ela ficou sabendo e foi homenageada: a menina recebeu seu nome; ela saiu do país a trabalho, ele foi o primeiro a saber; ela se casou e ele foi visitá-la na casa nova, tomou uma coca e acariciou seu cachorro de estimação enquanto desejava pra ela a maior felicidade do mundo. Ela se separou e ele foi um dos primeiros a saber, e a oferecer seus préstimos como advogado pra processar o filho da puta que a estava destruindo. Saíram uma vez na balada, com os amigos dele, beberam tanto que ela mal dirigia o carro e ele foi corajosamente no banco do passageiro, claro, com uma mão no trinco da porta e a outra no freio de mão com medo de morrer. Ele se filiou a um partido e será candidato a vereador, ela foi a segunda a saber. A uma certa distância um participava da vida do outro.
Enquanto ela esteve sozinha durante todos estes anos ficaram juntos algumas vezes. Ele todo saudoso, ela achava aquilo engraçado. Sabia que os caminhos deles estavam completamente separados mas tinha consciência de que a ligação deles era mais que uma ligação comum. Ela sabia coisas dele que ninguém sabia, e ele não sabia nada, mas se contentava em levar dela a sua melhor parte. Uma mulher dócil, engraçada, e o melhor: sem problemas e sem exigências.
Há mais ou menos um ano não se falavam quando em pleno sábado de tarde ele apareceu em sua casa. Ela achou muito estranho, primeiro pensou que fosse o ex marido dela que volta e meia aparece do nada pra infernizar. Mas era ele mesmo. Conversaram por telefone no mesmo dia e ele por alto mencionou a separação.
Se encontraram no outro dia. E enquanto ela se maquiava na frente do espelho lembrou de tudo que os dois viveram juntos: quando se conheceram, o auge da paixão, e claro, do sofrimento. Ninguém se envolve assim e sai sem nenhum arranhão. Os telefonemas, os encontros de quinta a noite e muitas coisas engraçadas: como uma vez que ela jurou que ia largar dele. Arrumou outro namoradinho e foi num bar. Quando chegou lá deu de cara com ele. Se enfiou no banheiro e saiu fingindo que estava passando mal e pedindo para ir embora. Ria sozinha das peripécias dos dois. Da briga que tiveram quando ele contou que estava noivo. A mania que ela tinha de fazer ele ir atrás dela onde quer que fosse em pleno sábado à noite. Ele ia aos seus shows, (até hj ela não entende como) e ela olhava pra ele na platéia satisfeita, com verdadeiro conhecimento de território. E em muitas dessas vezes ela pensou: esse homem não era dela, mas uma boa parte de boas recordações pertenciam a ela sim. A alma dele tinha sido marcada a ferros, como a dela também. 
Ele chegou como sempre: pontual, sorridente, bem arrumado. Ela também como sempre: arrumada, saltos altíssimos. Sentaram no bar, ela com um copão de whisky e ele com uma garrafa d’água. Começaram a conversar e ela foi direto ao assunto: O que tinha acontecido?!? Ficou sabendo da história meio sem detalhes, ele falou do desgaste de oito anos de casamento. Pediu um tempo e foi para um flat. Falou do quanto se sentia perdido, que parecia que tinham tirado seu chão, seu teto e tudo o mais. Ela o ouviu calmamente e enquanto ele falava ela via algo nele que nunca tinha visto antes. Um olhar com uma sombra triste, ele estava bem abatido apesar de se esforçar para sorrir e estar arrumado ela notou que ele estava bem mais magro.
Não havia nada que ela pudesse fazer. Então o que fez foi ouvi-lo e aconselhá-lo. Ainda deram  umas risadas juntos, lembraram dos velhos tempos. Da briga homérica do noivado, dos porres juntos e chegaram à conclusão de que se conhecem há quase 13 anos!!! Pra quebrar o gelo ela perguntou se ele tingia o cabelo pois nunca havia visto um homem com quase quarenta anos e os cabelos tão perfeitos! Ele negou, ela fingiu que acreditou.
No final, ainda sentados na mesa; ela tomando o último whisky e ele a centésima garrafa d’água. Ela disse rindo: “Caríssimo, tudo na vida é passageiro mas nós dois seremos eternos”. Ele a ouviu e com um sorriso meio triste respondeu que não tinha resposta para aquela relação, que achava que nunca ia conseguir entender.
Ele a deixou na porta de casa. Se abraçaram e ele prometeu mandar notícias. E ela enquanto acompanhava com os olhos o carro dele virando a esquina pensou em como desejava do fundo do coração que ele fosse feliz. Mas não deixou de pensar que mesmo 13 anos depois ele ainda a procurava para conversar. Se sentiu envaidecida. No fundo era tudo verdade: tudo nesta vida poderia mudar, mas eles dois seriam eternos.

E enquanto ela escreve este texto ouve seu vizinho de porta abrir uma cerveja. Dá um sorriso e brinda baixinho. Um brinde ao passado e a quem esteve nele, e ajudou a construir seu presente.

Ana Claudia

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Viver despenteia!

 Recebi este texto e adorei!



              Quero viver despenteada!


Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie, por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade... O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é gostoso, engorda.  O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia...
- Fazer  amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar,  voar, correr,  entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível...

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado...
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir


Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora .  

O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença: Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria...  e talvez deveria seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita...
A pessoa mais bonita que posso ser!



O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:
Entregue-se, Coma coisas gostosas, Beije, Abrace, dance, apaixone-se, relaxe, Viaje, pule,
durma tarde, acorde cedo, Corra, Voe, Cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável,
Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!



O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...

Autor desconhecido